22 de agosto de 2006

Conheçam novidades vinícolas...

Vinhos Chilenos e Brasileiros
Leiam...

A maior parte desta matéria foi publicada na Folha de São Paulo recentemente, e livremente adaptada, por conta de um Amayna Sauvignon Blanc que Ana e eu adquirimos na “Cucina di Tullio Santini” em nossa última passagem por aquela maravilhosa cantina italiana encravada na Antonio Diederichsen em Ribeirão Preto. Na revista Gula deste mês, há referências magníficas a esse branco chileno, por Robert Parker... Outra novidade recém adquirida aqui é o Merlot Terroir da Miolo: nunca pagamos tanto por uma garrafa de vinho brasileiro (R$ 72,00 na padaria Real em Sorocaba), mas não queríamos perder a chance de experimentar o primeiro vinho pátrio assinado por Michel Rolland, também com bonita entrevista na revista Gula já mencionada.

Eis aqui o trecho adaptado da Folha:
Hoje, San Antonio é berço de alguns dos melhores pinot noir do país, produzidos por jovens vinícolas, como a Viña Garcés Silva e a Casa Marin. A primeira vindima da Garcés Silva foi a de 2003, quando já surpreendeu com tintos e brancos: os Amayna. Da última leva degustada, menção especial para o pinot noir 2004, redondo na boca, com boa tipicidade, marcado por geléias e suaves pinceladas de madeira, persistente e equilibrado.


A entrevista de Michel Rolland está disponível na Internet, no site da revista mencionada, e por isto é a seguir transcrito na íntegra. Conheçam um pouco mais sobre essa personalidade (em tempo – aconselho a qualquer um – assistam “Mondovino”):

MICHEL ROLLAND - UM (EX) VILÃO-VAMPIRO
Em visita ao Brasil, para a apresentação de novidades da Miolo, da qual é consultor, o renomado enólogo francês Michel Rolland falou a Gula de seu trabalho no Brasil e no mundo.Visto sob iluminação normal e sem o maniqueísmo panfletário do documentário Mondovino, o consultor e enólogo francês Michel Rolland é um homem extremamente simpático e afável, ótimo papo, feliz consigo mesmo e com seu trabalho. Aos 59 anos de idade, deve ter o cartão de milhagem mais amplo no meio vinícola. Está sempre vindo de um lugar como Hong Kong e a caminho do Chile ou do Brasil, onde assessora a gaúcha Miolo, ou dando uma passadinha na própria casa em Bordeaux. Além disso tudo, decidiu recentemente contornar o secular sistema dos negociants e vender diretamente seus vinhos, tanto franceses quanto argentinos.

Esta entrevista a Gula começou em uma coletiva na vinícola gaúcha Miolo, onde se inaugurava uma nova cantina e sala de barricas, tudo feito sob sua supervisão, incluindo um novo sistema de plantio e seleção de uvas no melhor padrão europeu. "Falei para cortarem tudo e replantar novos vinhedos", diz, rindo, com a aquiescência de Adriano Miolo, o enólogo sócio-proprietário da casa. "Mudamos bastante a forma de plantar. A que se usava aqui era inadequada, porque estimulava as doenças das uvas." A conversa depois passou à mesa de jantar, onde Rolland se mostrou ainda mais à vontade. É um grande contador de casos, genuinamente atento ao que se quer saber e disposto a falar de tudo sem restrições ("Mondovino? Um pouco manipulador, não gostei", diz irônico e solta a primeira de suas famosas gargalhadas).

Rolland é dessas raras criaturas que prestam atenção nos outros, escuta realmente as perguntas e se preocupa em dar respostas corretas e esclarecedoras. Além de ficar com o canto do olho observando a reação das pessoas ao vinho que estava mostrando, o que explica por que é tão requisitado, pois tem uma ética profissional de dar ao cliente o que ele está pagando, ou seja, consultoria de alto nível (atende uma centena de vinícolas no mundo todo). Quando viu que este repórter gostou do Merlot Terroir, abriu um sorrisão de missão cumprida. Estava evidentemente orgulhoso do produto, escutava e vigiava a reação das pessoas quando provavam o Merlot. Rolland é um charmeur sem dúvida, em pleno uso de sua capacidade, um fino manipulador do poder do convencimento, como admitiu até mesmo a crítica inglesa Jancis Robinson, para quem seu trabalho no Novo Mundo é precioso, mesmo que discorde em termos pesados do que faz na França. Ela o chama, sem meias palavras, de mágico. Para alguém tão demonizado nos últimos anos passar de vilão-vampiro a herói-criador não é pouca coisa.

Até final do jantar, na porta da cantina, com o frio intenso, mas seco, às 2 da manhã, Rolland ainda estava falante e animado, como se acabasse de chegar. Aproveitamos e perguntamos sobre o vinho que fez junto com Michel Chapoutier. Ele deu mais uma de suas sonoras risadas e disse: "Vocês sabem de tudo aqui no Brasil, hein?". E contou que ele e Chapoutier são amigos desde sempre e que decidiram reviver uma velha tradição, misturar uma barrica de seu Bordeaux do Château Bon Pasteur com uma do Hermitage de Chapoutier. Deram ao vinho o nome de M2, engarrafaram umas tantas Magnum e o resto em garrafas comuns - e doaram tudo para uma associação de combate à leucemia infantil. "Foi uma brincadeira, e um ato de nostalgia pelos Bordeaux Hermitage como se chamavam, não vai haver mais", garantiu.

Na manhã seguinte, num encontro casual no aeroporto de Porto Alegre, fechado por causa da neblina, sentíamos o efeito da noite mal dormida e por ter de acordar tão cedo. Ele permanecia vivaz e elegante com sua capa inglesa Barbour e um imponente Patek Philippe no pulso. Revelou-nos alegremente: "Acordei às 5 da manhã para ir a Petrolina visitar o Vale do São Francisco. O vôo foi cancelado. Então, vou a Buenos Aires visitar uns amigos (ele quase sempre chama os clientes de amigos) e depois ver meus vinhedos em Salta (de onde sai o imponente Yacochuya). Incansável, dirige-se ao portão de embarque completando: "E talvez bailar um tango!". Imediatamente, soltou mais uma de suas gargalhadas explosivas.

Como começou sua associação com os Miolo?
Encontrei o Adriano Miolo no Chile, numa das minhas visitas aos amigos na Casa Lapostolle se me lembro bem. Como pessoa educada, ele se aproximou de mim me tratando como usted (forma equivalente ao vous francês, ou seja, senhor). Achei simpático aquele rapaz tão jovem que tirou um papel rabiscado do bolso com um grandioso projeto do que pretendia. Gostei da mistura de simplicidade e visão de futuro, tudo num rascunho de um papelzinho amassado, e topei no ato ajudá-lo, mesmo que prometa sempre a minha mulher que não aceitarei mais clientes...

Foi sua primeira vinda ao Brasil?
Não, eu já estive aqui em 1982, em férias, mas minhas férias são sempre um pouco de trabalho, e fui até o Sul. Comentei com minha mulher que aqui havia bastante potencial, mas estava tudo errado: tem híbridos plantados, a densidade das videiras é demasiada para o clima e o sistema não é o correto, o clima úmido pede espaldeiras, do modo como está tudo vai apodrecer, e a folhagem não vai permitir a passagem do sol e o amadurecimeto correto das uvas. Curiosamente tocou a mim 20 anos depois implantar justamente essas modificações. Estamos no caminho certo para achar a verdadeira vocação do Vale dos Vinhedos. Penso que é a Merlot, primeiro porque é uma uva do meu coração, do Pomerol, e depois porque foi a que melhor se mostrou nas experiências que fizemos nestes últimos anos.

Em que consiste exatamente seu trabalho?
Venho duas vezes por ano, e meus assistentes voltam com mais freqüência e acompanham todo o processo. Meu trabalho é entender a vinha e a região e ver como melhorar o vinho resultante dessa relação. Ouvimos os proprietários, aonde eles querem chegar, qual sua expectativa e qual a chance de atingi-las.

É verdade que se pode produzir vinho em qualquer lugar?
Em teoria, sim, desde que não se queira forçar e fazer um Château Ausone em todo o mundo. Há uvas para climas diferentes. Todo mundo sempre arregala os olhos quando ouve falar de vinhos da Índia. Mas eles estão lá, e melhorando. Vou contar o que houve na Índia. Um indiano sedutor chamado Kanwal Grover me abordou: "Monsieur, eu faço vinhos há decadas e são horríveis!". Claro que você presta atenção numa pessoa que fala para você nesses termos tão sinceros. Provei os vinhos... eram horríveis (risos), intragáveis. Mas respondi a ele sobre minha mulher, são 36 anos de casados, ela não agüenta mais que eu aceite encargos. Cheguei em casa e contei a ela, que só falou uma palavra, com brilho nos olhos: "Índia!". E lá fui eu. A Índia tem duas estações, a quente e o monção. Dificílimo para as uvas, curiosamente a Chardonnay que parece se dar bem em qualquer lugar lá foi um fracasso. Em resumo, estamos conseguindo um Syrah-Cabernet decente e um Rousanne-Viognier decente e vamos melhorar...

O senhor se considera um profissional bem-sucedido?
Bom, tenho 33 anos de consultoria, além de meus vinhos, neste período acho que nunca cheguei ao ápice, sempre há o que melhorar e descobrir, mas tampouco nunca me mandaram embora, ninguém ficou descontente com os resultados, então, isso é um balanço positivo, e gosto muito do que faço.

Quanto tempo de guarda agüenta o Merlot Terroir da Miolo?
Este já não tem mais nenhum tempo (diz rindo, ao constatar que havíamos esvaziado duas garrafas e achado o vinho bastante bom). Não é nossa preocupação no momento, talvez uns quatro ou cinco anos, a idéia é fazer o melhor, já está pronto para beber, tem uma vida pela frente, no futuro talvez cheguemos aos de grande-guarda, mas se conseguimos em três anos de trabalho este vinho... E vamos melhorar com o tempo. Toda tecnologia é evolutiva, mais que uma revolução, e a enologia é uma técnica, leva muito tempo, se dá errado num ano, tem de esperar todo um ciclo, nova colheita, um ano inteiro... Paciência é a chave para fazer bons vinhos.

É realmente compensador vender os vinhos diretamente?
Está dando muito certo, o sistema existe porque ninguém ousa mudá-lo, dizem "ah, se os negociants não quiserem meu vinho, estou perdido". Tenho vendido diretamente para importadores dos Estados Unidos e estou em negociações em outros países, isso barateou o preço final para o consumidor e criou uma linha direta entre nós, é a eliminação de intermediários que não trazem nenhum benefício evidente.


Matéria publicada na edição 166 - Agosto/2006
Bibliografia
http://www2.uol.com.br/gula/entrevista/index.shtml

6 de agosto de 2006

Wine and Pasta (Por/Eng)

Portuguese / English Posting


Promessa é dívida... Em 30 de julho de 2006, novamente reunimos um grupo de amigos para dividir a cozinha dos vizinhos... Eliana resolveu preparar massa caseira e Ana providenciou a carne. Diversos vinhos foram trazidos pelos convivas.

As condições climáticas permitiram o aproveitamento completo do maravilhoso evento. Sem o calor habitual desta terra, a degustação dos vinhos foi calma e mostrou o acerto das garrafas escolhidas, com uma história peculiar envolvendo o Cabernet Sauvignon Valentin Bianchi Famiglia 2004, argentino.

Comecemos pela pior parte – a parte do trabalho! E quanto trabalho... Eis que encontrávamo-nos gozando do “dolce far niente” quando, de repente, soou a campainha do telefone. Era o Victor, logo avisando – venham ver como se faz a massa. Quem dera! Aprontamo-nos e, após longa caminhada, chegamos a casa deles (são apenas dez metros de separação, na mesma calçada) fomos recebidos pelo casal luso-italiano. Conduzidos à cozinha, logo nos deparamos com a tarefa: preparar a massa. Ave Maria, quase morri... Bati tanto na massa que pedi por um banho...

Aguardávamos Cláudio e Lúcia, mas fomos avisados que estariam ausentes, para comemorarem a sós o aniversário de casamento. Então, além de recebermos outros amigos, brindamos aos aniversariantes.

Por uma coincidência do destino, foram convidados Marcínio e Ester. Falo em coincidências porque Marcínio é radioamador como eu, e esteve em casa uma semana antes para ajudar na montagem da KT34XA (antena para fins radioamadorísticos), embora sofra com vertigens. Ester é apreciadora dos vinhos brasileiros, em especial, aqueles oriundos da Vinícola Aurora. Algo em comum com o autor deste blog, também apreciador dos vinhos dessa Casa. Devo publicar algo sobre o “tasting” que promovi no Costão do Santinho, usando o Millésime Cabernet Sauvignon 1999 da Aurora, durante o WRTC 2006, para mais de 80 pessoas de várias partes do mundo, vide http://www.wrtc2006.com/.

Com esse casal, veio também a Adys, que não conhecíamos. Ela é cubana, estudante da UNESP em Jaboticabal. E o vinho que esses amigos trouxeram era o Aurora Varietal Carmenere, a primeira garrafa aberta no dia. Um ou dois copos foram usados para a carne e o restante imediatamente consumido.

Tudo combinou perfeitamente. A massa preparada em conjunto por todos os convidados, superou todas as expectativas, e a carne marinada em vinho tinto, com muito azeite e trufas, surpreendeu. A trilha sonora também foi maravilhosa, com os Ipod de Victor e Vitor. Particularmente, escolhi uma seleção de Madeleine Peyroux, cantando um jazz suave.

Bom, mas minhas estórias giram ao redor dos vinhos.

O Aurora Varietal Carmenere de entrada, se saiu bem. Com pouco ou nenhum tempo em carvalho, é vinho de consumo diário. Além de servir as taças dos participantes, foi colocado na carne, com as ervas e azeite. O azeite foi trazido de Alba pelos vizinhos, com trufas inseridas no recipiente. A seguir, consumimos um Prosecco, adquirido pelos anfitriões na World Wine em Ribeirão Preto. Leve, frutada, ácido...

Enquanto o trabalho era conduzido na produção da massa e preparo da carne, passamos para outro vinho. Era o Valdevegon, garrafa única que Ana e eu trouxemos de nossa viagem à Madrid, alguns anos atrás. Este vinho é servido no restaurante “El Botin”, o restaurante mais antigo do mundo ainda em atividade, segundo algumas fontes. Tinto e leve, produzido em Monastério a 200km de Madrid, estava muito bom, e no momento certo para ser consumido. A rolha estava em seu limite. Veja abaixo texto encontrado na Internet sobre o vinho: À sombra del Cid Campeador, no Monastério de San Pedro de Cardeña, e em meio à paz e silêncio monástico, é criado um dos melhores vinhos possíveis para ser provado. No interior de um edifício que abriga a História, onde repousam os restos mortais de El Cid, que viveu no monastério, e de sua mulher Doña Jimena, além de seus filhos. Nos armazéns românicos do monastério que data do século XI, repousam os vinhos tintos em barris de carvalho. São também elaborados vinhos brancos e roses. Sua produção é, logicamente, muito limitada. Produto da quietude, do silêncio e da forma sossegada de fazer as coisas como devem ser feitas. O vinho de Valdevegón é fruto de uma tradição iniciada pelos monges cistercienses na idade média, e um trabalho artesanal. É vinho seleto, que de algum modo continua ligado a sua época, cultura e história do século VI. Mimado pela temperatura amena, obscuridade e umidade do Monastério. Até mesmo os duzentos monges queimados vivos pelos Mouros no século X, defendendo sua fé, passam por nossos corações enquanto recordamos a história desse vinho.

Depois, foi a vez do Valentin Bianchi 2004. Ana e eu assinamos a “Wine Spectator” recentemente, e no último número encontramos informação detalhada sobre este vinho argentino. No dia 28 de julho, resolvi almoçar, algo que não tenho feito com muita freqüência. Estava com a fotografia do rótulo Valentin Bianchi na cabeça e já tinha ligado para a importadora brasileira do produto, encontrando a garrafa ao custo de R$ 46,00 por unidade. Por motivos que não sei expressar, resolvi passar pelo Supermercado Gimenes em nossa cidade, antes de retornar ao serviço e, SURPRESA, encontrei ali algumas garrafas do mesmo vinho ao custo unitário de R$ 40,00. Aqui também abro espaço para algumas matérias sobre esse maravilhoso Cabernet Sauvignon, incluindo a pequena nota encontrada na revista mencionada. O vinho foi avaliado com 90 pontos e pode ser consumido até 2008. Todos gostaram muito.


Vinhedos de San Rafael - “A Região do Futuro"
San Rafael é um distrito ao sul de Mendoza, Argentina, situado a 34.5 graus de latitude sul e 800m acima do nível do mar, ao pé dos Andes, com colinas elevando-se acima dos campos que cercam a cidade de mesmo nome. O índice pluviométrico anual médio de 300mm, umidade relativa do ar em 55% e um período de 180/200 dias/ano sem geada, com ótima variação de temperatura. Em conseqüência, é terra privilegiada do ponto de vista ecológico para o plantio e crescimento de uvas de variedade fina para o vinho. Tem o solo aluvial devido à presença de dois rios, o Diamante e o Atuel, irrigando a região e trazendo assim a vida ao vale. O fluxo dos rios é bem regulado pelas represas construídas para fins de geração de energia. A ampla disponibilidade de recursos hidrelétricos, gás natural e rede de estradas, oferecem cenário ideal para o desenvolvimento dos vinhedos de Valentin Bianchi.
Variedade da Uva
Cabernet Sauvignon 80-90%, blend com Malbec primeiramente e pouca Merlot.
Vinhedos
A propriedade “Doña Elsa” fica em Rama Caída, San Rafael, Mendoza, 750m acima do nível do mar, o que, em conjunto com os dias mornos e as noites frescas, é importante para produzir as mais melhores uvas. Rama Caída é uma das áreas as mais frescas de San Rafael. O solo calcário e arenoso de origem aluvial é excelente e fértil, bem drenado e produzindo uvas de qualidade superior.
Winemaking (Fazer o Vinho)
Fermentação: clássica, de sete dias com pressão mais delicada e freqüente no começo. Temperaturas monitoradas de perto, mais mornas no começo do processo. Maceração de 21 dias, incluindo o tempo da fermentação.
Características enológicas
Um Cabernet clássico que pode competir com os melhores em qualquer lugar. Nariz agradável, complexo, com reminiscência das bagas; ervas, cedro, chocolate e muito mais. Os sabores imitam os aromas e o vinho apresenta textura rica e cheia ao paladar. Este vinho bem balanceado tem final macio, persistente e agradável.
Sugestões e Temperatura de Serviço
Ideal com grande variedade de refeições, especialmente carne e queijos consistentes. Ideal em torno de 18º-20º.

Wine Spectator Avaliação: 90 pontos.
Vinho: Cabernet Sauvignon San Rafael Famiglia 2004
Região: Mendoza, Argentina; Exemplar Wine Spectator: Junho 30, 2006
Estilo luminoso, com muitas notas de “mocha” e ervas encobrindo ameixas e amoras. Final longo escuro e cremoso, que fará muitos e muitos apreciadores. Beba de agora a 2007. 7.000 caixas produzidas.

Já estávamos prontos para a carne e o vinho tinto, desta vez, foi o Barbera D’Alba 2003, da casa “Marchesi di Barolo”, acompanhamento ideal para carnes vermelhas, especialmente quanto temperadas ao “tartufo”. Os vizinhos adquiriram esta garrafa na World Wine em Ribeirão Preto, empresa que vem promovendo diversas degustações temáticas nos últimos meses, com vagas ostensivamente ocupadas pelos jaboticabalenses...

Estávamos todos maravilhosamente servidos, bem alimentados e, obviamente, satisfeitos com o festival de vinhos. Cheguei a pensar, depois, que talvez tivéssemos ido além da conta. Há uma postagem neste blog que menciona problema semelhante (acho que foi em fevereiro, quando recebemos alguns amigos de Ribeirão Preto) e, se desejamos realmente conhecer os vinhos que vamos experimentar, precisamos nos conter pois, algumas vezes, sentimo-nos inspirados em beber mais e mais.

O domingo estava acabando, e o sorvete da sobremesa foi acompanhado com vinho de sobremesa exótico e difícil de ser encontrado – o Tokay húngaro 1990. Ana e eu temos alguns exemplares na adega, e esse vinho de sobremesa é simplesmente divino, lembrando muito o terroir característico – os vinhedos são plantados em solo vulcânico. O processo de vinificação é complexo, descrito pela primeira vez em 1631 e a quantidade de açúcar varia, sendo valorada em “puttonyos”. Os mais doces (embora não pareçam), são os de 06 puttonyos (oito anos em tonel) e os Eszencia (10-20 anos em tonel). Tiramos algumas fotos e distribuímos nesta postagem. Espero que possam se divertir com a leitura e se tiver interesse em conhecer um pouco mais sobre estes vinhos, escreva.

Parabéns Cláudio e Lúcia, pelo aniversário de casamento. Sentimos sua falta. Esperamos nos reunir novamente no dia 24 de agosto de 2006, para degustação dos vinhos do Rhône, em Ribeirão Preto.




Promise is debt... In July 30, 2006, we congregate a group of friends to share the kitchen of the neighbors again... Eliana decided to prepare “pasta” by herself and Ana (PU2VYT) provided the meat. Diverse wines had been brought by guests.

The climatic conditions had allowed the complete exploitation of the wonderful event. Without the habitual heat of Jaboticabal, the wine degustation was calm and showed the rightness of the chosen bottles, with a peculiar story involving the Cabernet Sauvignon Valentin Bianchi Famiglia 2004, Argentine one.

Let´s start for the worse part – the part of the work! E how much work... At home we were enjoying “dolce to far niente” when, suddenly, the bell of the telephone sounded. Was Victor, our neighbor, then informing: – come to see as if it makes the home made “pasta”. Who gives! We dressed up and, after long walked, we arrive there (they are living next-door, only ten meters of separation, same sidewalk) and were received by the portuguese-italian couple. Lead us to the kitchen, then we received the task: prepare the “pasta”. Dear Maria, almost I died... I beat in such a way in the “pasta” that asked for a shower…

We waited Claude and Lúcia, but we were informed that they would be absent, to commemorate the marriage anniversary solo. Then, beyond receiving other friends, we drink a toast to these friends.

By a coincidence of the destiny, Marcínio and Ester had been invited. I speak in coincidence because Marcínio is ham radio op as I, and we were together at my house one week before in the assembly of the KT34XA (antenna for ham radio purpose), even so suffers with vertigos. Ester likes Brazilian wines, in special those one deriving from Vinícola Aurora. Something in common with the author of this blog, also fan of the wines of this House. I must publish something about “tasting” that I promoted in the Costão do Santinho, using the Millésime Cabernet Sauvignon 1999 Aurora, during WRTC 2006 for more than 80 people from around the world. See http://www.wrtc2006.com/.


With this couple (Marcínio and Ester), also came Adys. She is Cuban, student of the UNESP in Jaboticabal. And the wine that these friends had brought was Aurora Varietal Carmenere, the first bottle opened in the day. One or two cups had been used for the meat and the remain immediately consumed.

Everything combined perfectly. The homemade “pasta” prepared in set for all the guests, surpassed all the expectations, and the meat marinada in red wine, at much oil and tartufo, surprised. The sound track also was wonderful, with Ipod´s from Victor and Vitor. Particularly, I chose Madeleine Peyroux, singing a soft jazz.

Good, but my stories turn around wines.

Aurora Varietal Carmenere of entrance, if left well. With little or no time in oak, it is wine of daily consumption. Beyond serving the glasses of the participants, it was placed in the meat, with the herbs and olive oil. The oil was brought from Alba by neighbors, with white tartufo inserted. After that we took white Prosecco, acquired for the hosts in the World Wine Store in Ribeirão Preto. It has led, fruity and little acid...

While the work was lead in the production of the “pasta” and preparation of the meat, we pass to another wine. It was the Valdevegon, only bottle that Ana and I brought of our trip to Madrid, some years behind. This wine is served in the restaurant “El Botin”, the oldest restaurant of the world still in activity, according to some sources. Red and soft, produced in Monastery 200km of Madrid, it was very good, and at the right moment to be consumed. The cork was in its limit. See below text found in the Internet: To the shade d´el Cid Campeador, in the Monastery of San Peter de Cardeña, and in way to the peace and monastic silence, is created one of the best possible wines to be proven. In the interior of a building that shelters the History, where are the mortal remains of El Cid, that lived in the monastery, and of his wife Doña Jimena rest, beyond its children. In the romanics warehouses of the monastery that dates of century XI, red wines rest in oak barrels. Also white wines and roses are elaborated. Its production is, logically, much limited. Product of the calm, silence and the peaceful way to make the things as must be made. The wine of Valdevegón is fruit of a tradition initiated for monks in the Medium Age, and an artisan work. It is select wine, that in some way continues on its time, culture and history of century VI. Care with good temperature, blackness and humidity of the Monastery. Even though two hundred monks burned alive by Mouros in century X, defending its faith, passes for our hearts while we remember the history of this wine.

Later, it was the time of Argentina Valentin Bianchi Cab Sauvignon 2004. Ana and I sign “Wine Spectator” recently and in the last number we find detailed information on this Argentine wine. AT July 28, I decided to lunch, something that I have not made quite frequently. I was with the label photograph in the head and already it had on for the Brazilian importer of the product, finding the bottle at the cost of R$ 46,00 unit. For reasons that I don´t know to express, I decided to visit Supermarket Gimenes in our city, before returning to the job and, SURPRISE, found some bottles of the same wine at R$ 40,00 unit. Here also I open space for some articles on this wonderful Cabernet Sauvignon, including the small note found in the mentioned magazine. The wine was evaluated with 90 points and can be consumed up to 2008. All had liked very much.


GRAPE VARIETY - Cabernet Sauvignon 80-90%. Typically blended with Malbec primarily and lesser amounts of Merlot. VINEYARDS: Doña Elsa Estate situated in Rama Caída, San Rafael, Mendoza, at 750 m above sea level, which is important because to produce the best quality grapes the warm days and cool nights that are typical at this elevation is critical. Rama Caída is one of the coolest areas of San Rafael. Sandy calcareous soil of alluvial origin is excellent because it provides the well drained moderately fertile soils, premium grapes.
WINEMAKING PROCESS
Fermentation. Classical seven days fermentation with gentle pump-overs more frequent at the beginning. Closely monitor temperatures to achieve warmer temperatures at the beginning of the fermentation. Maceration 21 days, fermentation time inclusive.
OENOLOGICAL CHARACTERISTICS
A classic Cabernet that can compete with the best from anywhere. An enjoyable, complex nose is reminiscent of berries, spice, cedar, chocolate and much more. The flavors mimic the aromas with the wine delivering rich, full texture on the palate. This well- balanced wine finishes with lingering, pleasing flavors.
SUGGESTIONS: Ideal to pair with a large variety of meals, specially meat and cheese of tightly-knit structure. SERVING TEMPERATURE: The ideal is around 18-20 Celsius.

Already we were ready for the meat and red wine of this time was Barbera D’Alba 2003, from “Marchesi di Barolo”, ideal accompaniment for red meats, especially while tempered to “tartufo”. The neighbors had acquired this bottle in the World Wine Store in Ribeirão Preto, company who comes promoting diverse thematic degustations last months, with ostensive presence of “jaboticabalenses” guys...

We were all wonderfully served and fed, and obviously, satisfied with the wine festival. I thought, later, that perhaps we had wines beyond the capability. I hava a post somewhere in this blog that it mentions similar problem (I think that it was in February, when we receive some friends from Ribeirão Preto) and, if we really desire to know the wines who we go to try, we need to know our limits because, sometimes, we are inspired by those bottles drinking more and more.

The sunday was finishing, and the ice cream of the dessert was followed with exotic and hard to find dessert wine – Hungarian Tokay 1990. Ana and I have some units in the cellar, and this dessert wine is simply the holy one, remembering very characteristic terroir – the vineyards are planted in volcanic soil. The winemaking process is complex, described for the first time in 1631 and the amount of sugar varies, being evaluated in “puttonyos”. More sugar (even so they do not seem do be sweet) are the 06 puttonyos one (eight years in large barrel) and Eszencia (10-20 years in large barrel). We take some photos and we distribute with this post. I wait that everybody have fun with this reading and if interested to know more, please, feel free to drop us a note.

Congratulations Cláudio and Lúcia, for the marriage anniversary. We did miss you and hope congregating everybody again August 24, for Rhône degustation, in Ribeirão Preto.