22 de dezembro de 2005

Vicente e Ana


Nesta noite, tivemos o prazer de receber em nossa casa, as molas-propulsoras do Circolo Italiano de Jaboticabal: Vicente e Ana. Sem eles, dificilmente o Circolo Italiano de nossa cidade teria o alcance e repercussão que tem na atualidade. Sua vivacidade e força de vontade são inalcançáveis, e gostaríamos nós de termos a mesma disponibilidade. São exemplos a serem seguidos, seres humanos dignos com uma história de vida impar. De se destacar que, de todas as palavras italianas que conheço, 100% delas foram aprendidas com as lições de Ana, geralmente nas sextas-feiras pela manhã, quando eu tinha condições. É uma pena - em virtude da falta de colegas de trabalho e total falta de bom senso do Estado Brasileiro, em meu trabalho cada pessoa tem que valer por duas, e aí a coisa sobra sempre para a gerência imediata... Enfim, coisas da vida...
Estes dois professores da língua italiana, amigos, e defensores da cultura geral, aceitaram nosso convite e vieram a nossa casa. Ana, esposa de Vitor (ai, meu Deus, duas Anas... Quem é que aguenta?) passou o dia todo envolvida com os comes. Eu, Vitor, procurei cercar-me de certos cuidados com os vinhos. O salmão foi o prato principal, acompanhado de salsa de camarões. Batatas assadas, saladas e arroz branco serviram de anteparo. Havia ainda outro arroz, amarelo, por conta do tempero a base de curcuma, que é o açafrão com sotaque brasileiro.
Vamos aos vinhos: começamos inicialmente com champagne Veuve-Clicquot, gelada. Maravilhosa, como de hábito, serviu de aperitivo, acompanhada com frutas secas - macadâmia e amêndoas salgadas. Depois, já à mesa, abrimos um vinho branco siciliano da casa DonnaFugata (somos fã deste produtor) com corte de uvas Ansonica e Cattaratto, etiquetado como Anthìlia 2004, em lindo rótulo, como pode se ver em algum lugar desta postagem. Este vinho é jovial, com aroma pouco definido, mas de frescor interessante e com uma cor que deixa a todos em dúvida. De acordo com a casa produtora, pode ser consumido com peixes levemente defumados, crustáceos, anchovas ou pratos de entrada (primi piatti), inclusive assados. Ficamos tão surpresos que pretendemos adquirir outras garrafas. Nosso fornecedor é a WorldWine, do grupo La Pastina, com a loja estabelecidade em Ribeirão Preto.
Já com a mesa posta, e ouvindo os CD de Nico Fidenco e Lucio Dalla, fizemos um intervalo, ingressando nos tintos. Consumimos uma taça de um tinto nacional honestíssimo, da Vinícola Aurora: Cabernet Sauvignon Reserva 2000 (não se esqueçam que o Reserva 1999 é um dos melhores tintos nacionais). Seco, com taninos reforçados e notas de cacau e frutas vermelhas maduras, envelhecido em barricas de carvalho francês e americano, com ótima estrutura, pode ser encontrado em alguns bons supermercados brasileiros por preços ao redor de R$ 28,00 a R$ 32,00.
Depois dos bons pratos da caríssima metade, ou melhor dizendo, no curso deles, abrimos algumas garrafas das águas das águas... É isso mesmo, a água!! Acqua Panna de Pellegrino, escolhida pela revista especializada Wine Spectator como a melhor água para acompanhar os bons vinhos. Com os copos cheios, chegava a hora especial: um Bordeaux francês conseguido a preço de ocasião também na WorldWine: Chateau Lynch Bages Grand Cru Classé Pauillac 1995. Veja alguns trechos da internet sobre o vinho: (...) Château Lynch-Bages, um dos extraordinários vinhos Grand Cru Classé do Médoc. (...) "A Arte da assemblage do Château Lynch-Bages", que permitirá ao aluno repetir a mistura das quatro variedades de uvas usadas na composição do vinho. (...) 70% Cabernet Sauvignon, 15% Merlot, 10% Cabernet Franc, 5% Malbec and Petit Verdot. (...) Ch. Lynch-Bages - 1995 - Apr-05 - 20 - Rich and seamless when first tasted in Sept-00. (22/25) Then blind for Wine International's horizontal in Apr-05. An attractive cherry-scented nose: quite open and expressive. Touch of anis developing with aeration. The palate is tannic and quite plump with a lot of toasty new oak. A modern style of Bordeaux with a sweet, almost liquorice kind of finish. Fine. (19/25) = 19-21 - very fine/excellent; 21-22 - exceptionally fine; 23-24 - brilliant/truly a memorable experience; 25 - utter perfection. Realmente, uma experiência incrível. Enquanto aproveitávamos dessa jóia rara, colocamos um DVD com a ópera magnífica de Mascagni - Cavalleria Rusticana, com Placido Domingo no papel principal e direção do memorável Franco Zefirelli.
Passamos logo para a sobremesa, com sorvete de chocolate com raspas de chocolate, "brownie" e doce de morango. O vinho de sobremesa, como não poderia deixar de ser, era um Adriano Ramos Pinto, Quinta da Ervamoira, 10 anos, engarrafado em 2000. Com doçura delicada e um retrogosto maravilhoso, fechou com chave de ouro a noitada, enquanto se aproximava o final da ópera. Sobre o Quinta da Ervamoira, encontrei o seguinte: "(...) Esta Quinta, propriedade de 200 ha com altitude entre 100 e 300 metros, situada em área xistosa plana no Douro Superior junto à foz do rio Coa, foi campo para as experimentações do plantio isolado das 5 castas principais do Douro. Seu clima quente e seco produz uvas de profunda maturação e pede ajuda da irrigação. A inclinação média de 30% permitiu o sistema de plantação "vinha ao alto", que tornou possível a mecanização e o aumento de produtividade nas terras durienses. Mas a principal razão pela escolha foi a sua grande qualidade. Produzido com cerca de 30% Touriga Nacional, 30% Tinta Roriz, 25% Tinta Barroca e 15% Touriga Francesa, o vinho foi fermentado por 4 a 5 dias, interrompendo-se o processo pela adição de aguardente vínica a 77o; o envelhecimento se dá em carvalho e a lotação dos vinhos de diferentes idades – 10 anos é a média de idade – se faz no período anterior ao engarrafamento (2001 neste caso).Sua cor é castanha aloirada ("tawny"), deixando longas lágrimas no copo. De aroma muito intenso, apresentando frutas muito doces (cristalizadas), caramelo e nozes. Untuoso, é muito elegante e longo na boca. Deve acompanhar bem folhados doces com creme. Mas o melhor é tomá-lo como companheiro de meditação, sem pressa, deixando as idéias e os aromas se abrirem e se libertarem de seu corpo.Já que o leitor está motivado em experimentar este belo tawny e ler o livro do Dr. Sérgio, não deixe de se deliciar com outro capítulo da mesma obra, "O Vinho Humanizado", inspirado na visita ao Brasil de José Ramos Pinto Rosas, antigo presidente da empresa e tio de João Nicolau. Avaliação - 92 pontos/100."
Ficamos felizes por receber nossos amigos e desfrutar bons vinhos com e es. O espírito gregário do vinho, mais uma vez, veio a tona. Deus nos conceda forças e condições para continuar usufruindo da vida com essas benesses todas. Amanhã tem mais, pois quase todos os colegas da 1a. Vara do Trabalho estarão participando de um churrasco oferecido pelo advogado Francisco Cassiano Teixeira em sua fazenda a caminho de Monte Alto. Vamos lá...

18 de dezembro de 2005

PY2EX and YL Ticiana

Tivemos o prazer em receber, aqui em nossa casa, PY2EX Éger. Já havia tempos que não nos víamos... Éger ainda mora em São Paulo, mas arranjou uma namorada em Ribeirão Preto e veio para a região de moto no sábado 17.12.2005.
Após contatos telefônicos, agendamos a vinda dele até Jaboticabal, o que se deu neste domingo. Embora tenham sofrido um pouco com as chuvas, chegaram por volta de 16h00min, não havendo outro remédio senão usufruirmos juntos de um almojantar!!
Aninha fez aquela macarronada esperta e tomamos um vinho do Porto Branco Seco de aperitivo com um bom queijo Brie francês. Depois, porque a temperatura nos obrigou, passamos para as cervejas Stella Artois (do grupo Ambev). Quanto a pasta ficou pronta, passamos ao vinho tinto siciliano. Ticiana teve oportunidade de provar o Sedàra, 100% Nero d'Avola, e depois, todos juntos, aproveitamos de uma garrafa de Angheli, um corte de Merlot e Nero d'Avola. Ambos os vinhos são produzidos pela Casa DonnaFugata, da Sicília e têm ótima relação custo/benefício. Longe de ser um Robert Parker na vida, já com alguns anos provando bons vinhos, é possível recomendar prontamente os vinhos mencionados. Adquirimos na WorldWine, do Grupo La Pastina. Esperamos que nossos amigos tenham aproveitado o passeio, e que possam retornar mais vezes.

10 de dezembro de 2005

A turma da Vara no Tullio 2005!


Pois assim foi...

Encerramos nosso expediente excepcionalmente às 18h00min, com uma forcinha do Juiz João Baptista Cilli Filho, fechamos a Secretaria, passamos o desodorante vencido e nos enfiamos todos dentro da Van Sprinter Mercedes pilotada pelo Adilson.

Chovia. Seguimos pela estrada em direção a Ribeirão Preto, todos nós, com exceção apenas da Silvana, que não pode se desvencilhar de alguns compromissos familiares. Até o novato Rodrigo estava lá... O dia desta nossa aventura foi 07 de dezembro de 2005, véspera do feriado comemorativo do Dia da Justiça. Somente agora me veio à mente que 07 de dezembro também é uma data especial dentro da 2a. Guerra Mundial, com o ataque dos japoneses à base americana de Pearl Harbor, em 1941.

Mas como dizia, seguimos pela rodovia sob chuvisco perene, passamos por Barrinha, os pedágios foram pagos, e por volta de 19h15min estávamos desembarcando na porta da Cucina de Tullio Santini, ótimo restaurante italiano na cidade de Ribeirão Preto. Já havíamos combinado com Júnior, que é o escanção do estabelecimento, e fomos maravilhosamente bem recebidos. A saleta foi reservada para nossa troupe. Participamos todos de uma degustação de vinhos e pratos, começando com o tira-gosto de vários queijos, pão italiano, e salmão defumado fatiado.
A primeira garrafa aberta foi de champagne, uma legítima Moet Chandon francesa. A seguir, experimentamos um Chardonnay branco chileno, que combinou muito bem com o salmão. Chegou a hora do primeiro prato, uma massa mezzaluna recheada com carne, e preparada com manteiga de trufas brancas e o grande detalhe - uma pequena porção de trufas negras em cada prato!!
O vinho escolhido para harmonizar com o prato inicial foi um Nero D´Avola Terre Normande, de corpo médio e com bom nariz, produzido na Sicília. Depois, Júnior apresentou uma bruschetta para enaltecer um determinado vinho e dar o intervalo entre os dois pratos principais.
Era chegada a hora do grande vinho da noite: Brunello de Montalcino 1998, de Corte Pavone, bem rankeado, encorpado e macio ao mesmo tempo. Foi servido e logo a seguir, terminadas as bruschettas, passamos ao segundo prato, stinco de vitello. Carne macia, no osso, acompanhada de massa leve e queijo ralado, foi bem servido com o terceiro vinho tinto da noite, qual seja: Errazuriz chileno Cabernet Sauvignon de boa cepa. Tivemos o sogro da Cláudia Vasquez como músico, usando seu acordeon e contando algumas piadas.
Pois bem, depois de tanta coisa, era chegada a hora da sobremesa. O Marsala é outro vinho típico da Sicília, produzido na cidade de mesmo nome, que tive oportunidade de visitar dois anos atrás... Apenas o Gilberto destoou, pedindo um Porto Tawny Adriano Ramos Pinto...
Ah, a sobremesa!! Petit Gateau!! E os vinhos doces, como mencionados, caíram como uma luca. O pior foi ver a Brígida preocupada em ir embora. Mas o Pedrão chegou e não quis entrar, e também não aceitou a sobremesa que mandamos a ele, no Honda Civic da família...
Foi desse jeito que tudo acabou. Eram 23h45min, a conta havia sido paga, estavamos satisfeitos, voltamos para a Van. Choviscava, mas foi bom, melhor para dormir enquanto o carro balançava no retorno a Jaboticabal.
É isso aí, tomara Deus que possamos repetir a dose em dezembro de 2006!!
Feliz Ano Novo!!