30 de setembro de 2009

Enochatos?

A matéria abaixo foi publicada na Folha de São Paulo há poucos dias, e retrata visão muito próxima da minha em relação ao mundo dos vinhos. O filme de Nossiter é muito interessante e o livro vem agora a calhar para compreender algo mais sobre o vinho "democrático".


 

"Gosto é uma expressão da liberdade pessoal"

Jonathan Nossiter diz que "enochatos impedem democratização do vinho"

"O que me atraiu foi a ideia de que o vinho pode se misturar com o cinema. É um livro aberto, uma viagem para se descobrir o prazer pessoal"

DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

"Gosto e Poder", de Jonathan Nossiter, é um livro inspirado, provocativo, divertido e politicamente incorreto que propõe uma reflexão sobre a liberdade pessoal e a formação do gosto. O diretor de "Mondovino" faz um criativo "mélange" (mistura) de vinhos e cinema, suas duas especialidades.

"Bordeaux é prosa, Borgonha é poesia", escreve. Para mostrar que "millésimes" e longas têm tudo a ver, compara: "Um Fellini "sem nada de extraordinário" sempre será melhor que o maior filme de Luc Besson". São formas divertidas de discutir algo sério.

Para Nossiter, defender o vinho é uma forma de afirmação cultural, assim como proteger a literatura e as artes. Por isso, volta suas baterias contra a indústria uniformizadora do vinho e contra os críticos, muitas vezes patrocinados por essa mesma indústria, que impõem padrões mundo afora.

"A coisa mais incrível do vinho é que ele resiste a uma definição. Cada um pode ter uma sensação diferente ao experimentar uma garrafa. É uma alegria para quem ama a incerteza. Mas isso também abre a porta para qualquer palhaço, ladrão e impostor possível. Noventa por cento dos críticos de vinho no mundo não tem a menor formação enológica", afirma.
Para Nossiter, os jargões utilizados pelos críticos são limitadores, autoritários e muitas vezes sem sentido. Cita a lista de frutas, as metáforas utilizadas para a descrição dos sabores. "Aqui no Brasil 90% dessas frutas não existe. Acho grotesco. Mesmo em países com culturas profundas de vinho, como França e Itália, os enochatos estão impedindo o prazer e a democratização do vinho. É a globalização da burrice."

Americano, filho de jornalista do "New York Times", Nossiter foi criado na França, Itália, Índia e Inglaterra. Fez faculdade nos EUA, onde trabalhou como garçom. Usando o conhecimento que adquiriu na França, virou sommelier de restaurantes badalados em Nova York. Sempre propôs vinhos acessíveis e que expressassem compromisso ético dos produtores.

Prazer
Ainda que a crítica à imposição do gosto padronizado (americano, por enquanto) seja a mesma de "Mondovino", ele explica que o livro não é uma continuação do filme. "Depois do "Mondovino", achei que tinha terminado totalmente minha relação com o vinho. Mas vi a reação que o filme provocou, muito complexa. Nunca tinha imaginado. Isso me fez repensar a importância do vinho no mundo." Um convite da editora Grasset levou à edição francesa, mais enxuta que a brasileira.

"O livro não é sobre vinho. Me deu vontade de pensar na minha relação pessoal com o vinho. Por que me traz tanto prazer carnal, sensual, mas também intelectual? Seria possível comunicar isso de um jeito que foge do enochatismo? O que me atraiu também foi a ideia de que o vinho pode se misturar com o cinema. Poderia falar das minhas preocupações com o cinema, com a cultura. É um livro aberto, uma viagem para se descobrir o prazer pessoal. O gosto é uma expressão fundamental da liberdade pessoal."

A "gastroutopia", em sua versão cinéfila, levou Nossiter a propor a formação da associação "cinema dependente", que está organizando com outros cineastas. A ideia, segundo Nossiter, é discutir novas formas de produção e distribuição. É uma associação informal, sem nenhum compromisso, apenas para a troca de experiências. "O cinema como expressão cultural está ameaçado. A concepção que tínhamos dele já acabou. Precisamos resgatar o cinema como ato comunitário." (MARCOS STRECKER)

19 de setembro de 2009

(Araucaria) WAE SSB

Comentários do Luc PY8AZT, no WAE SSB contest... Mais abaixo, meu e-mail inicial com minha opinião.
 
 
Subject: Re: (Araucaria) WAE SSB

Olá Vitor,

Quanto as expectativas, ajustá-las para sua realidade (100W+boas antenas+excelente operador) não deve ser fácil. Aqui na ZY7C, lhe escutamos várias vezes durante o WAE SSB, sempre com sinais bastante fortes. Mesmo operando LP você foi anunciado 33 vezes no dxcluster, muitos destes spots com comentários "Strong" e "nice signal" - ou seja, seu problema não era sinal lá na Europa.

Notei que muitas vezes 15m estava bastante aberto, mas muita gente não acreditava na banda. Ou 20m estava tão movimentado que ninguém queria"arriscar" em 15m. Estou curioso para ver o score do LP2F que passou 48h chamando em 21250kHz.

No geral, mesmo nestes tempos bicudos de propagação vemos recordes históricos caírem pelo chão como poeira. Na minha opinião, hoje temos melhores receptores e muito mais competidores casuais como nunca antes nos grandes contests. Participar de um contest é tão simples quanto passar um email. Resultado: mais comida no aquário, peixes maiores.

Vamos continuar batalhando por melhores resultados: sempre!

73, Luc
__
ZY7C Team member
PT7AG (also PY8AZT, PX8C, ZZ8Z)
LABRE, ARRL, Uirapuru DX Club & Araucaria DX Group Member
--------------------------------------------------------------------------------
Visite: http://www.dxbrasil.net

2009/9/12 PY2NY, Vitor <py2ny.vitor@gmail.com>:
> Tenho que rever meus conceitos. A propagação está
> simplesmente horrível, pior ainda do que nos últimos
> finais de semana. A disputa será para ver onde farei
> menos QSOs, no WAE SSB (260 até agora) ou no
> WAE CW (600). Tudo bem que estou me submetendo
> a uma sessão tortura, por escolher a categoria Low
> Power (até 100w), mas o Homi lá de cima podia dar
> uma forcinha né...
>
> E nós, brasileiros, continuamos dominando com a
> presença maciça, a lousa eletrônica de resultados
> em
http://www.getscores.org/
>
> Aplica-se, ao caso, o bordão "eu sou brasileiro e não
> desisto nunca"... E o que se vê realmente é um empenho
> muito ferrenho da moçada, nota dez mesmo, a despeito
> do já citado sofrimento.
>
> Há algumas vantagens em enfrentar este tipo de
> condição: a gente começa a verificar os melhores
> horários para atuar, dividindo o tempo com as necessidades
> familiares e profissionais e se resguardando para os
> bons dias que certamente virão em três ou quatro
> anos, independentemente da influência de PLC,
> e outros bichos...
>
> Desejo a todos muito sucesso, e sugiro que a
> fixação das metas seja algo mais modesto, para
> sejam superadas sob novas condições e com
> incorporação de novas técnicas e habilidades.
> Conteste será sempre uma diversão se você curtir
> numa boa enfrentar-se a si próprio ano após ano.
>
> Grande abraço.
>
> PY2NY

5 de setembro de 2009

Wines

I am sorry, no time enough to translate. Anyway, you can get the name of each wine and try for yourself. We did tastings at our home, and usually during dinner.
 
Os últimos vinhos que tomamos, de acordo com as garrafas vazias que estão indo para o lixo. Não estão contabilizados os vinhos consumidos em Araraquara. Lá, ao que me lembre, tomamos um Montes Torrontés 2007 branco, argentino, no Positano e um Casa Silva Cabernet Sauvignon 2007 tinto, chileno, no Vitório.
1) Glen Carlou Syrah 2005, tinto, sul-africano. Já conhecido, com boas safras em outros anos e ótimo para acompanhar carnes mais exóticas ou com temperos interessantes;
2) La Flor de Pulenta 2007, Rosé Malbec, argentino. Um dos melhores custo/benefício do mercado, rosé de ponta e com uma coloração de dar inveja a tintos claretes. Uma delícia para os dias mais quentes.
3) Santa Rita Gran Hacienda Merlot 2007, tinto, chileno. Este aqui foi outra surpresa agradabilíssima da MercoVino, sem requinte mas aveludado e muito fácil de beber. Dá para acreditar que custou menos que 30 reais? Experimente com uma massa leve ou com queijos.
4) Heartland Cabernet Sauvignon 2005, tinto, australiano. Também experimentei na MercoVino e gostei, comprando três garrafas. Bem cotado pela Wine Spectator e a uva mais tradicional dos vinhos em ótimo estado para consumo imediato, com tampa de rosca -algum problema?
5) Angove´s Clare Valley Riesling 2004, branco, australiano. Este é um clássico, já falamos dele no blog. Branco com persistência, amanteigado com tendência para o chardonnay. Elegante, austero, de presença, com toques de lima, limão, frutos tropicais e ótimo final. Potencial de guarda a 2012, salvo engano. Sobraram duas garrafas na adega. Este veio da WorldWine.
6) Viseu de Carvalho Grande Escolha Douro 2003, tinto, português. Indicação recente do Lucas Blandy, nosso consultor de vinhos na WorldWine Ribeirão, que viajou agora para a Califórnia sem data certa para o retorno. Castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Carvalha, Tinta Barroca, Tinta Roriz, com doze meses em barris de carvalho de 500 litros, fugindo ao padrão tradicional de 225 litros. Encorpado, com volume à boca mas nariz discreto.
7) Farnese Montepulciano d´Abruzzo Coline Teramane 2004, tinto, italiano. Não me surpreendeu, com seus 88 pontos Wine Spectator, mas cometemos um crime. Recomenda-se o consumo para após 2010...
8) Norton Cabernet Sauvignon 2007, tinto, argentino. Vinho de altitude com vinhedos ao redor de 850m próximos à Cordilheira dos Andes. Simples, foi um achado quando o Supermercado Gimenes fechou aqui na cidade de Jaboticabal, ao preço de R$ 12,00 cada garrafa. 84 pontos na Wine Spectator, para consumo imediato. Ponto marcante à boca com um tostado doce e leve.
9) Heartland Red Stickleback 2007, tinto, australiano. Corte de Cab Sauvignon, Shiraz (Syrah) e Grenache, com tampa de rosca, 14% alcool e 87 pontos na Wine Spectator, com ótimo potencial de guarda a 2012. Pode ser consumido imediatamente. Taninos pouco trabalhados, com acidez presente que acrescentam um pouco de jovialidade ao vinho. Pode ser levado a temperatura mais baixa e servir como ótimo "aperitivo" em um jantar com tintos mais potentes. Ainda temos algumas garrafas na adega.
10) Pizzato Chardonnay 2008, branco, brasileiro. Nossos brancos e espumantes são ótimos, não pense duas vezes antes de provar. Vale a pena. Primeiro vinho comprado no Basílico em Araraquara, delicioso para enfrentar dias quentes e ótimo para pratos de peixe ou carne branca. Abacaxi em calda ao nariz, especialmente alguns minutos após aberto.
11) Conde Vistarino Monte Selva Pavese Buttafuoco DOC 2005, tinto, italiano. Este, recebemos pelo Correio de nosso amigo radioamador Stefano IK2QEI, após estarmos juntos na região do Lago di Como (ITA). Ele mora próximo a Milão e nos acompanhou durante nossa visita ao Lago. Rustico, impossivel de ser encontrado de outra forma, senão como presente de amigo. Barbera, Croatina, Uva Rara, Pinot Nero. Para carnes vermelhas ao molho (úmidas) e acompanhadas com verduras. Grazie Milla Stefano!!
12) Vinho Madeira Borges doce NV, Ilha da Madeira, Portugal. Tinto e doce, vinho de sobremesa ou aperitivo, irmão de gosto do mais conhecido Vinho do Porto.
13) Chateau Lafoux Rosé de Provence 2006, rosé, francês. Eleito pela revista Gula um dos melhores Rosés a disposição no Brasil. Interessante, com uvas colhidas na plenitude de sua maturidade, gerando um vinho muito bom, o que garantiu medalha de ouro no "Le Mondial du Rosé 2007" na França. Uvas usadas no corte: Cab Sauvignon e Syrah; Grenache e Cinsault; Rolle, Ugni Blanc e Clairette.
14) Gavioli Inzolia Chardonnay 2006, branco italiano da Sicília. Com a Inzolia (70%), uva autóctone e a Chardonnay (30%), é muito básico, com custo de R$ 12,00 mas que não satisfaz aos paladares um pouco mais exigentes.