8 de setembro de 2021

Sutor, ne supra crepidam

A manifestação abaixo faz parte da moral em catarse, num país sob domínio da ignorância e do fim da política tal qual se define pelos livros. Elaborei em grupo de WhatsApp que reunia reencenadores da Segunda Guerra numa cidade do interior catarinense, mas poderia ter sido na Paraíba ou Tocantins.

Infelizmente, foi opção da maioria dos reencenadores levar os símbolos da FEB para a rua numa data cuja importância nos foi emocionalmente roubada pela canhestrice que domina o país na figura totalitária de seu mandatário maior.

Enfim, segue o dito.


Triste demais o que aconteceu ao redor do Brasil com a usurpação dos sinais e história da FEB e da tradição de seus homens e mulheres, que perderam, por se encontrarem em outra esfera, a possibilidade de opinar e foram jogados à vala comum do novo totalitarismo.

Afastamos, aos poucos, as pessoas que querem conhecer a história de maneira imparcial, ou pior, gente que quer divulgar a história da FEB de maneira o mais isenta possível.

Aqui, em espaço tão reservado e perplexo pela proximidade de tantos com algo (ou alguém) que representa tudo aquilo que os pracinhas combateram, resta-me concordar com XXXX, lembrando aos senhores e senhoras que não me defino politicamente, não voto há um quarto de século, e vejo apenas piores dias pela frente, politicamente e educacionalmente.

Meu vôo rasante por aqui é para lastimar a apropriação indébita da bandeira nacional e de símbolos como a cobra fumante pelo Brasil todo, relacionando-os a gente que manda usar máscara no rabo, usa "FDP" como se fosse um olá habitual, e prefere o "f0d@-se" no lugar de "obrigado, por favor, como vai"...

O Comandante-Maior, lá do Bivaque Eterno, onde estão Marino, Rui, Lansilotte e tantos outros, parece ter feito tudo certinho comigo e Ana, deu-nos o tempo certo para conviver com grandes heróis octo e nonagenários, amealhar algumas peças históricas e veículos de época em ambiente de liberdade cultural e social, finalizar a "Garagem WW2" e aproveitar o 7 Setembro entre 2010 e 2019 com a companhia de um excepcional "Band of Brothers of Simcity".

Mas doravante será difícil perder três horas explicando o porquê dos uniformes em Jeeps e Dodges de 1942, nos Encontros diversos, sob bombardeio dos incultos berrando "Viva Bolsonaro", isso se não formos perigosamente confundidos nas estradas e atacados por pessoas que não compartilham de sua visão medieval.

Ou seja, o resultado final foi de perda-perda. Ao menos aqui, só perdemos... Perdemos 10 anos de trabalho razoavelmente isento, de moderação com gente das extremas-extremas, de parcimônia e discrição...

Mas não vamos abandonar os veteranos, no Acampamento Celestial ou aqui embaixo. Quem sabe no 08 de Maio não possamos nos trancar aqui no galpão, com brigadeiros, vinho espumante, Glenn Miller, esquecer a existência de gente tacanha e simplesmente dançar e celebrar o Dia da Vitória.

E sim, fizemos como XXXX falou, mesmo sem termos conversado. Sete da manhã, um vaso de flores laranjas, enfeitado com fitas nas quatro cores nacionais, sem Jeep, sem uniformes, sem sinais - colocado respeitosamente no Monumento ao pé da Árvore do Expedicionário. 

Que a paz esteja com todos vocês e perdão por aparecer uma vez por década, e ainda por cima, com textão de gente velha.

Abraços FEB_ianos e até o Dia da Vitória. Será proibido falar de política.



Depois de tudo, infringi punição a mim mesmo, excluindo-me do grupo para evitar problemas a todos, por serem pessoas do bem.

Dizia-se na Grécia Antiga - "sutor, ne supra crepidam" ou em bom português "sapateiro, não vás além da chinela". Como aqui sempre foi reino de paz, minha manifestação extrapolou a chinela e bem por isso julgo melhor determinar auto-exílio por algum tempo. 

A medida em que nosso projeto conjunto de 08 de maio avançar (vocês são indispensáveis) falaremos por e-mail. Todos têm meu contato e vamos trocando idéias.

Abraços e o pedido sincero de desculpas, já batendo em retirada como penitência auto imposta.

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