25 de julho de 2025

Araraquara 2025

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Após o Encontro de Veículos Antigos de Araraquara em julho de 2025, citei em redes sociais entrevero que enfrentei ao deixar o pavilhão dos expositores, sendo questionado por amigos sobre a ocorrência.

Em 2024 e 2025, levamos o Jeep Willys MB 1942 “Belinha” para Araraquara em cima da carretinha, por motivo de conforto. Chegamos sempre bem cedo para posicionar o conjunto, baixar o Jeep e depois ter condição de sair sem criar ou ter problemas.

As pessoas, de modo geral, importam-se cada vez menos com seus próximos e perdem, na medida em que usam cabeças e corações olhando apenas para seus próprios umbigos (ou celulares), a capacidade de pensar de maneira humana e cavalheiresca.

Em 2024, estacionamos a Tiguan/Carretinha numa área que, hipoteticamente, não seria tomada por outros veículos. Descemos o Jeep e deixamos as rampas abaixadas. Com isso, qualquer pessoa com o mínimo de bom senso deixaria a área próxima desocupada, para permitir a manobra de retorno, embarque e movimentação de saída com a Tiguan e carreta. No entanto, ao encerrarmos nossa participação naquele ano, encontramos carros estacionados praticamente sobre as rampas abaixadas.

Para 2025, fui mais cuidadoso. Bem cedo, estacionamos Tiguan/Carreta mais longe das entradas principais. Deixamos as rampas abaixadas e usamos fita zebrada para demarcar a área traseira e evitar a ocupação.

E adivinhem. Não adiantou.

Por volta de 14h00min saímos da exposição e levamos o Jeep para ser embarcado na carretinha. A fita zebrada tinha sido arrancada; diversos carros ocuparam todo o entorno, sendo impossível manobrar sem recolher os suportes e as rampas, movimentar o carro para outro lugar e então, finalizar os procedimentos.

Desta vez, senti-me na obrigação de não concordar com aquilo e me indispus com o grupo de 10 ou 15 pessoas. De afogadilho, irritado e entristecido pelo fim da cortesia, respeito, bom-senso que norteiam todo nosso comportamento neste meio antigomobilista, procurei dois ou três cidadãos e pedi para removerem os carros, a barraquinha, a churrasqueira, tudo colocado na área onde antes havia a fita zebrada.

Um dos cidadãos ainda disse ter sido ele mesmo o responsável pela retirada da faixa zebrada sem consultar ninguém, ao que repliquei ser demonstração de falta de respeito, por verem rampas abaixadas e a demarcação, com dedução natural de que um veículo de coleção seria redirecionado por aquela via.

Fui empurrado e os amigos do “amigo” seguraram o detrator, reclamando que eu só podia ser “araraquarense” mesmo, achincalhando a cidade que os acolhia. Para registro, sou sorocabano mas morador de Jaboticabal desde 1997 e nunca tive problema algum em Araraquara - pelo contrário, Ana e eu fomos sempre muito bem recebidos, com ótimas recordações, inclusive de quando levávamos conosco os veteranos de guerra daquela cidade.

Depois de idas e vindas, com a intervenção de terceiros e decepcionado com a empáfia de convivas que não deram a mínima para rampas baixadas e fitas zebradas, olhando apenas para si próprios, sinalizamos que parassem a movimentação e encerramos a “operação de guerra”, retirando a Tiguan/Carreta do “cercadinho”, reposicionando e reiniciando o embarque do Jeep para retorno ao lar.

Isso chama atenção para edições futuras, porque não é raro que colecionadores levem suas “jóias” em reboques ou carretinhas, validando área exclusiva para estacionamento, além de se preservar caminho livre para entrada e saída desses veículos compostos (algo que também faltou em Araraquara neste 2025).

Situações como esta desgastam a paz de espírito e prejudicam o “animus” de retorno, especialmente à medida que envelhecemos, demandando mais atenção não apenas para a parte interna do evento, mas também a todo seu entorno.

Espero continuar colecionando amigos, acima de tudo, nesses encontros de antigomobilismo, mas aproveito estas linhas para reforçar - devemos retomar a humanidade acima de tudo e olhar para o outro como olhamos para nós mesmos.

E a Cobra segue fumando.

 

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