26 de março de 2008

American Story – portuguese only

Este é trecho de um livro que menciona acidentes de trabalho nos Estados Unidos, no início do século XX. Estes dados foram colhidos de um interessante livro sobre história americana, em um único volume. A captação deste trecho se deve ao fato de um colega precisar de dados para sua tese de mestrado, visando a saúde do trabalhador. A ele, foi encaminhado o presente texto em formato Word para Windows, com a referência bibliográfica. Aqui, no blog, fica registrado o trecho para aqueles que se interessarem na aquisição do livro e em conhecer um pouco mais sobre a história dos Estados Unidos da América.

Desejo a todos boa leitura e ao futuro Mestre, sucesso nos estudos.

História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI.

Leandro Karnal ... [et al.] – São Paulo: Contexto, 2007.

Outros Autores: Marcus Vinicius de Morais, Luiz Estevam Fernandes, Sean Purdy.

ISBN 978-85-7244-361-6

Páginas 199/200.


 


 

As 10 cidades mais populosas dos Estados Unidos entre 1900 e 1940.

 

Note o crescimento das cidades industriais do Meio-Oeste e Nordeste na

primeira metade do século xx, tais como Cleveland, Detroit, Baltimore e Pittsburgh.

 

1900 

 

1920

1940

 
 

Cidade 

Pop.

Cidade 

Pop.

Cidade 

Pop.

 

Nova York 

3.437.202 

Nova York 

5.620.048 

Nova York 

7.454.995 

2 

Chicago 

1 .698.575 

Chicago 

2.701.705 

Chicago 

3.396.808 

3 

Filadélfia 

1.293.697 

Filadélfia 

1.823.779 

Filadélfia 

1.931.334 

4 

SI. Louis 

575.238 

Detroit 

993.078 

Detroit 

1.623.452 

5 

Boston 

560.892 

Cleveland 

796.841 

Los Angeles 

1.504.277 

6 

Baltimore 

508.957 

SI. Louis 

772.897 

Cleveland 

878.336 

7 

Cleveland 

381.768 

Boston 

748.060 

Baltimore 

859.100 

8 

Buffalo 

352.387 

Baltimore 

733.826 

SI. Louis 

816.048 

9 

São Francisco

342.782 

Pittsburgh 

588.343 

Boston 

770.816 

10 

Cincinnati 

325.902 

Los Angeles 

576.673 

Pittsburgh 

671.659 

Fonte: U.S. Census Bureau.


 

     

No famoso estudo da cidade de Muncie, Indiana, os sociólogos Robert e Helen Lynd concluíram que a influência da propaganda e das novas opções comerciais de lazer (como o cinema e os esportes profissionais) havia suplantado a política como foco da preocupação pública. Um jornal de Muncie chegou a proclamar: "A expectativa prioritária dos cidadãos americanos com relação a seu país não é mais a do cidadão, mas sim a do consumidor". De fato, a participação nas eleições nacionais, que, em 1896, tinha atingido 80% do eleitorado, despencou para menos de 50% em 1924 e nunca ultrapassou 64% no restante do século XX.

Esse ambiente de crescimento econômico e consumismo fez com que recessão, desemprego e infortúnio social se tornassem memórias distantes no discurso oficial e no popular. Em 1927, o economista Alvin Hansen observou que as "doenças infantis" do capitalismo "estavam sendo mitigadas". Para quem não olhasse para além da propaganda da mídia, de empresários e políticos, o sonho americano da possibilidade de sucesso individual tinha sido aceito por quase todo mundo. O futuro líder trotskyista Farrell Dobbs, naquela época, votava no Partido Republicano, queria abrir o próprio negócio e tinha aspirações de ser juiz.

Mas a realidade era que riqueza econômica e poder político continuaram tendo distribuição muito desigual na sociedade. Enquanto salários reais aumentavam 1,4% ao ano, os lucros de acionistas rendiam 16,4%. No fim da década, um salário de 1,8 mil dólares ao ano foi considerado necessário para manter um padrão de vida minimamente decente, mas o salário médio do trabalhador americano estava no patamar de 1,5 mil dólares. Somente com o trabalho assalariado de vários de seus membros, uma família da classe trabalhadora podia sobreviver. Mesmo assim, 6 milhões de famílias pobres, ou 42% do total da população, viviam com menos de mil dólares por ano. As condições de trabalho e moradia ainda eram precárias. A cada ano, na década de 1920, 25 mil trabalhadores sofriam acidentes de trabalho fatais e 100 mil, acidentes não fatais.

A vida no campo não era melhor. Em 1920, metade da população americana ainda vivia em áreas rurais. Como na indústria, avanços tecnológicos tinham proliferado nas primeiras décadas do século, mas os mercados para produtos agrícolas não acompanhavam os passos da nova eficiência. Conseqüentemente, houve excedente de produção, os preços baixaram e a renda dos pequenos proprietários inesperadamente declinou. O surgimento de grandes agronegócios estava relegando a pequena fazenda familiar à posição de relíquia histórica. Mais de três milhões de americanos saíram do campo na década de 1920 à procura de trabalho nas cidades.

As aspirações por reformas econômicas e sociais foram abaladas na contra-ofensiva das empresas, governos e judiciário depois da derrota da explosão sindical de 1919. A classe empresarial e muitos políticos utilizaram a retórica patriótica de democracia e liberdade industrial para exigir relações de trabalho nas indústrias livres da "coerção" sindical.

Algumas corporações ofereceram benefícios tais como a de Henry Ford, que reduziu a jornada semanal de trabalho, aumentou salários e instituiu férias pagas. Outras adotaram "sindicatos da empresa", comitês organizados pelos gerentes das fábricas para servirem como fóruns das demandas dos trabalhadores. A maioria dos empresários, porém, aproveitou-se entusiasticamente do clima conservador e do apoio do Estado para adotar "O Plano Americano" - um programa para esmagar o poder dos sindicatos por meio de intimidação e demissão de ativistas sindicais. Como resultado, a porcentagem de sindicalistas no país abaixou de cinco milhões em 1920 para três milhões em 1929. Os que permaneceram foram forçados a assinar contratos em que faziam concessões aos patrões.

 

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