29 de agosto de 2010

CETESB na cabeça...

Mensagem interessante recebida de um camarada.
Preciso ganhar na loto ou não?
 
 
 
Assunto: ME ENGANA QUE EU GOSTO - PARTE 2
 
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Nesta tarde de domingo, eu estava em minha casa, assitindo com minha esposa à série The Tudors, produção da TV canadense, que conta a história do Rei Henrique VIII, que governou a  Inglaterra de 1509 até 1547.
 
Por volta de 16h30, nossa atenção foi desviada da TV para o interior da casa, onde partículas escuras pairavam no ar, caindo lentamente sobre o chão.
 
Tenho 47 anos e há exatamente 47 invernos convivo com tais partículas, fagulhas, carvãozinho, fuligem... Cada um chama de um jeito, mas na realidade é aquela coisinha preta que cai nos nossos quintais, sacadas e  varandas, dentro de casa, nas nossas cabeças, enfim, é esse negocinho feio aí.
 
Como eu havia lido no jornal local a matéria sobre a tal probição, me animei, querendo acreditar que "desta vez é pra valer". Telefonei no tal 0800, onde fui atendido pelo senhor Hugo, plantonista do Disque Ambiente. Quando expliquei o problema, ele foi logo me perguntando "o senhor pode dizer onde é o foco?".
 
Foi exatamente aí que eu então percebi que a minha ligação só serviria mesmo como desabafo. Tenho um número de protocolo aqui comigo - 113xxx, talvez eu até o acompanhe por alguns dias, talvez semanas. Depois disso, deixarei pra lá. Coloquei o número porque talvez você também o queira acompanhar, sei lá, só pra ver no que vai dar.
 
Meu lado pessimista diz que não vai dar em nada. Nunca deu. Meu lado otimista diz que pode ser que um dia realmente os culpados por esse prejuízo tão grande, que passa de geração para geração, terão que respeitar as normas vigentes, o meio ambiente, o próximo. Meu lado realista diz que o tal Disque Ambiente está lá apenas para cumprir tabela, que a CETESB e a Polícia Ambiental não estão devidamente aparelhadas para fiscalizar o cumprimento de coisa alguma, que toda essa história de Resolução é coisa para inglês ver.
 
Falando nisso, algo me fez pensar que tanto cá quanto lá, na Inglaterra de 1547, existem medidas impostas apenas para acalmar o clamor popular. Esta é apenas mais uma: se você está se sentindo ofendido porque alguém está invadindo sua casa, seu quarto, seu nariz... com uma nojenta fuligem negra, você não pode brigar diretamente com o ofensor, pode? Mas você tem os meios legais, você tem o zero oitocentos! E terá do lado de lá alguém paciente e atencioso como o servidor Hugo, que por ter sido escalado para o plantão do domingo, não conseguiu assistir ao jogo do Corinthians.
 
Hugo está na CETESB, em São Paulo, triste por estar trabalhando numa tarde de domingo... Sérgio está em Araraquara, triste por estar vendo chover fagulhas dentro da sua casa, fato que presencia desde a mais tenra infância e por saber que nada pode fazer para evitar isso.
 
Hugo termina seu plantão e agora vai comemorar a vitória do seu time.
 
Sérgio termina seu desabafo e agora vai ver como ficam as coisas nas terras do Rei Henrique VIII e o que vai acontecer com sua sexta esposa, afinal, o Corinthians e o Palmeiras ganharam e o último episódio da série The Tudors já vai começar.
 
Tanto em São Paulo quanto em Araraquara, a qualidade do ar está regular, apesar das partículas inaláveis. Na Inglaterra de Henrique VIII pode ser que chova. Mas tanto lá, quanto cá, não se respeitam as leis nem o próximo.
 
Boa noite de domingo!
 
 

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