28 de julho de 2007

Mais vinhos...

Nas últimas semanas, com a inesperada queda de temperatura, diminuiu a atividade física e aumentou o consumo de vinho em nossa casa, especialmente à noite, com o jantar. A rotina diária impõe apenas duas refeições, com o café da manhã e o jantar, e assim, finalmente, implementou-se no lar o hábito europeu de aproveitar ao menos meia garrafa de vinho tinto a noite, pelo casal.

Mais do que alimento, o vinho é também companheiro ideal para o coração, como já comprovado em diversos trabalhos científicos. Mas é importante lembrar que é o vinho tinto que traz melhores benefícios para a saúde, e não estamos falando dos vinhos suaves, é claro!

O vinho suave é um atentado terrorista, e decorre do apreço natural que os brasileiros têm por vinhos mais adocicados. O processo de correção do açúcar no vinho denomina-se chaptalização e é proibido em diversos países. A dica é evitar qualquer vinho com adição de açúcar, mas não confundir com os bons vinhos de sobremesa existentes pelo mundo, como Porto, Jerez, Pasito, Marsala, Tokay, etc...

Nas últimas três semanas, consumimos alguns bons vinhos, que aparecem aqui fotografados. Estes vinhos foram adquiridos em supermercados, Museu da Gula, World Wine, Júnior (Cucina di Tullio Santini) e Mercovino. Eis algumas informações:

Argentina; Altas Cumbres Viognier 2005, de Lagarde; branco; 15% vol álcool. De acordo com o produtor, notas de melão, pêssego e damasco, 100% varietal e com vinhas em Lujan de Cuyo. Vigoroso, complexo, com personalidade e nariz tipicamente tropical, alegre. Tem persistência e é acompanhamento ideal para carnes brancas e frutos do mar, especialmente se bem temperados. Adquirido na Mercovino em julho de 2007, a R$ 31,00 a garrafa. Wine Spectator classificou apenas a safra de 2004 em 80 pontos. Não é vinho de guarda e deve ser consumido imediatamente.

Chile; Casillero del Diablo Cab Sauvignon 2005, de Concha y Toro; tinto; 13,5% vol álcool. Já é um clássico nesta residência, especialmente por conta da relação custo-benefício. Reconhecido pela revista Decanter como um dos 50 Best Value do Planeta em 2006. Recebeu 85 pontos da Wine Spectator e a classificação de “Best Value”. A revista menciona notas de cerejas e figo, com final razoavelmente persistente. Na prova, os aromas ficaram disponíveis por alguns minutos, demonstrando que se trata também de vinho para consumo imediato. O produtor menciona notas de cassis e toques de baunilha, mocca, café torrado e chocolate. Recomendado para carnes vermelhas, pratos condimentados (concordo!) e queijos maduros, incluindo Gruyere e azuis. Adquirido no Museu da Gula em julho de 2007, por R$ 26,00 a garrafa.

Argentina; Mendel Malbec 2004, de Beau Lieu; tinto; 14,2% vol álcool. A uva da Argentina... Consistente, com coloração firme, e agradável ao paladar. De acordo com o produtor, são vinhas plantadas em 1928 a 1000 metros de altitude. Colheita em março de 2004 e engarrafamento em dezembro de 2005, com total de 5240 caixas de seis garrafas. Cotado pela Wine Spectator com 90 pontos. Suporta guarda até 2009. Ameixas, especiarias, com bom corpo, iniciando com leve acidez e concluindo com boa e longa permanência na boca. Ana e eu gostamos muito. R$ 68,00 a garrafa na Mercovino.

Espanha; Gran Feudo 2002, de Julian Chivite; tinto; 12,5% vol álcool; Corte de Tempranillo, Grenache e Cabernet Sauvignon, consumido na Cucina di Tullio Santini em duas ocasiões e com uma garrafa disponível em casa. 80 pontos na Wine Spectator, que menciona em sua prova cerejas, tabaco e ervas, em harmoniosa composição, devendo ser consumido imediatamente. É um vinho menos agressivo, e tranqüilo ao paladar, combinando bem com boa gama de queijos e carnes vermelhas, temperadas mais delicadamente. Julian Chivite produz também o Gran Feudo Rosé, agradabilíssimo.

Argentina; Misterio Malbec 2005, de Finca Flichman; tinto; 13,5% vol álcool. O vinho de ponta da Finca Flichman é o Dedicado. Há outros rótulos interessantes, como o “Expressiones”, com cortes pouco usuais. De acordo com o produtor, Misterio é varietal 100% da região de Mendoza, passando quatro meses em carvalho e mais três meses em garrafa, contando com coloração roxa profunda, aromas de cerejas negras e violeta; voluptuoso em boca, e final elegante. Bom acompanhamento para massas e carnes vermelhas. Gostamos, mas achamos um pouco rascante, algo que talvez pudesse ser consertado com a decantação meia hora antes de servir. Adquirido na World Wine, mas não recordo o preço. Não há cotação pela Wine Spectator, e pode suportar um ano em garrafa.

França; Sirius Bordeaux 2002, de Maison Sichel; tinto; 12,5% vol álcool. Corte típico bordalês com Merlot, Cab Sauvignon e Cab Franc, com 12 meses em carvalho, recomendando-se o consumo imediato. Não cotado na Wine Spectator, é um Bordeaux mais simples, quase um vinho de mesa, que não perde muito para bons exemplares da América do Sul.
Brasil; Rio Sol 2004, de Vitivinícola Santa Maria AS - Pernambuco; tinto; 12,5% vol álcool. Primeiro vinho brasileiro testado na Wine Spectator, publicação especializada nos Estados Unidos, recebendo 83 pontos, o que não é nada mal. Tinto lastreado no Cabernet Sauvignon e produzido no paralelo 8, o que é absolutamente incomum no mundo. Ameixas secas, cerejas e chocolate, mas não tão presentes. Deve ser consumido imediatamente e vai muito bem com queijos e entradas, além de carnes vermelhas mais leves. R$ 17,00 no Museu da Gula.


É isso aí, pessoal.



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