19 de janeiro de 2008

Velhinho, eu?

Eis aqui uma transcrição livre de recente e-mail enviado aos amigos que, como nós, apreciam os bons vinhos mundo afora. Vinho bom não é vinho caro, pessoal, e a "Folha de São Paulo" publicou um estudo americano super interessante sobre a predisposição das pessoas em aceitar que os vinhos mais caros eram os melhores, mesmo em "blind tasting" sem rótulos mas com exatamente os mesmos vinhos... Bastava dizer que este ou aquele custavam cinco vezes mais (mesmo sendo o mesmo vinho) que a pessoa fazia a opção e o cérebro aceitava como tal.

Sobre as fotos: a primeira delas, com um grande grupo de amigos radioamadores franceses em Bordeaux, no restaurante Le Grill au Thym (http://www.grillauthym.com/), incluindo Solange F5RXL mais à esquerda, Ana PU2VYT logo abaixo, Laurent F8BBL acima, Paul F6EXV com o cachecol cinza, Julie (XYL de Solange e Michael) de casaco pink, o proprietário do restaurante de camisa xadrez, abraçado com sua amiga e Gerard F2VX, e na extrema direita, Michel F5OZF.

A outra foto é uma colagem dando um vislumbre do ambiente interno do restaurante mencionado e alguns dos convivas do Bordeaux Dx Group, quando entregavam os diplomas de Vitor e Ana.

Depois, na terceira foto, acreditem se quiser, fomos recebidos no La Tour Carnet (de Bernard Maigrez) pessoalmente pelo jovem winemaker Frederic, que nos levou conhecer todas as instalações e as ruínas restauradas. Melhor do que isso, disponibilizou para prova os brancos Semillion e Sauvignon Blanc 2006, um assemblage dos tintos para o mesmo ano, e depois de muito bate-papo, nos levou para experimentar, direto dos barris, o cabernet sauvignon e merlot que servirão para os cortes de 2007, em primeiríssima mão. Merci Beaucoup Frederic!!

A última foto foi batida aqui em casa com a Wine Spectator de fundo e a garrafa de Clos des Papes 2004 que degustamos no La Pyramide na noite de ontem... Maravilha !!




Do e-mail mais abaixo talvez valha a pena pesquisar alguns sites.



Na Wine Spectator e falando do vinho número um em 2007:



http://www.winespectator.com/Wine/Top100/2007_1-10/0,4976,1,00.html





Sobre o WRTC 2010 e outros, o ponto referencial inicial, em inglês:
http://www.wrtc.info/


Sobre João Roberto e o restaurante La Pyramide:
http://www.gazetaderibeirao.com.br/conteudo/mostra_noticia.asp?noticia=1422408&area=92020&authent=26649A204FFB809FDD91BBDF423994


Ainda sobre João Roberto e sua coluna na "Gazeta de Ribeirão", vejam abaixo a maneira gostosa de descrever uma variedade de vinho:




Tempranillo



João Roberto
O seu nome tem origem na Espanha onde por ser nativa suas vinhas florescem com todo o vigor na expectativa de nos brindar com alguns de seus melhores vinhos, que são elaborados principalmente nas regiões de Denominação de Origem Controlada (DOC) Rioja e Ribera del Duero, sendo que nesta região última é conhecida como Tinto Fino ou Tinto del País. Mais recentemente suas qualidades têm sido exploradas de uma maneira mais agressiva nas regiões de Penedès, Navarra e Valdepeñas. No vizinho Portugal recebe o nome de Aragonês no Alentejo e Tinta Roriz no Douro figurando ao lado da nativa deste país, que é a Touriga Nacional considerada o tesouro da viticultura portuguesa e responsável pelos famosos vinhos do Porto e outros não fortificados. O nome Tempranillo deriva do fato que esta variedade amadurece várias semanas mais cedo do que as outras (do espanhol temprano). A Tempranillo é uma uva de tamanho médio, formato alongado possuindo uma casca espessa de vermelho escuro e intenso. Uma de suas características, e talvez aquela que seja a mais importante, é a sua grande resistência ao calor proveniente da intensa luz solar e à aridez do solo que é comum em grandes áreas na Espanha onde ela é cultivada, e se dá muito bem, à semelhança dos beduínos que habitam os desertos com seus infatigáveis e resistentes camelos. Este ambiente aparentemente hostil é o preferido desta uva resultando em vinhos de cor, aromas e sabores intensos, com uma grande afinidade pelo carvalho o que confere uma inegável tipicidade aos seus vinhos quando elaborados na Espanha. Graças a esta uva os vinhos espanhóis elaborados na região de Rioja, alcançaram um merecido reconhecimento em quase todas as mesas ao redor do mundo onde eram degustados e apreciados com parcimônia e cerimônia. Ervas aromáticas, amoras pretas, morangos maduros desprendem-se de um bom Tempranillo espanhol, onde sempre contamos com a agradável presença da madeira das barricas de carvalho americano, e mais recentemente do carvalho francês onde estas uvas foram fermentadas, e seus vinhos completamente maturados antes de serem colocados á nossa disposição. A sua longa permanência em contato com o carvalho é importante para amaciar sua alta concentração de taninos. A Argentina o nosso vizinho do sul tem produzido muitos bons vinhos com a Tempranillo na região de clima semelhante ao da Espanha, e que leva inclusive o nome semelhante que é a região de La Rioja, e igualmente na sua maior região vinícola que é Mendoza. As características dos vinhos elaborados com a Tempranillo na Argentina são muito semelhantes aos da Espanha e vem melhorando em qualidade a cada safra que passa, visto que o interesse por esta variedade é ainda recente. No estado da California esta uva ainda carrega o nome de Valdepenas e sua cultura é ainda pouco difundida, mas a procura por "novos tipos de vinhos" para enfrentar a crescente concorrência ao redor do mundo está despertando o interesse pela Tempranillo naquele estado, que está produzindo, segundo informações, bons vinhos, o que tem ocorrido igualmente na longínqua Burma na Ásia. Para os apreciadores de vinhos jovens e com baixa acidez a Tempranillo é uma boa escolha, ao passo que para os produtores este é um problema que muito vezes só pode ser corrigido com a realização de uma assemblage da Tempranillo com outras variedades, o que ocorre com uma grande freqüência, com a finalidade manter um equilíbrio entre os seus elementos, e garantir a longevidade de seus vinhos após o seu engarrafamento. Aqui vale a pena lembrar que a acidez de um vinho é de máxima importância para a manutenção de sua vida útil, o que muito vezes os colecionadores não levam em conta, e na maioria das vezes são mal orientados em sua escolha ao se apoiarem na quantidade de taninos presentes. O nível de taninos não garante que um determinado vinho tinto venha a atingir um amadurecimento com elegância e tampouco longevidade. Um bom final de semana para todos nós.


João Roberto:- Chef:- proprietário do restaurante La Pyramide.






Eis agora nosso e-mail, transcrito com ressalvas.





Fratelli in Vino



Sim, espero que aconteçam. Ana e eu, particularmente, sentimo-nos em dívida com todos, pois está chegando a hora de recebermos os convivas em nossa casa.



Tínhamos alguns projetos comentados com Manoel Victor, no que diz respeito a nova adega e instalação de ar-condicionado... Além disto, a viagem por Bordeaux, que foi simplesmente sensacional, tomou mais ainda de nosso tempo, e agora o reinício das atividades profissionais com a jornada diária de 10/12 horas sem almoço e dois sábados trabalhados ainda em janeiro... Não dá para acreditar, não é mesmo?






Eu continuo correndo com as seletivas para representar o Brasil no WRTC 2010 na Rússia, tive boas participações nas competições radioamadorísticas de 2007 e preciso repetir a dose em 2008 e 2009, o que acabará ocupando de 8 a 10 finais de semana (incluindo sexta-feira) em 2008.







E aqui, mais ao final, fica óbvia a conclusão de que nós dois (Ana e eu), particularmente, não conseguimos acompanhar o ritmo de encontros mensais, sendo ideal ao nosso ponto de vista, algo como trimestral. Nestas condições, talvez seja correto excluir-nos da lista de confrades oficiais, colocando-nos na categoria de "observadores"...







NOOOSSSSA só agora vi o outro e-mail SUUUPER bonito com foto e tudo, parecem franceses, e o Secretário sentado na cabeceira é responsável pela conta?? auha uia haua hauah auaha ua









Pois muito bem, fratelli in vino, gratíssimo pela preocupação. Ontem, em comemoração a meu aniversário, ganhei de minha esposa um jantar no La Pyramide, de Ribeirão Preto, e João Roberto (o dono e chef) nos preparou uma terrine fantástica de entrada, e cabrito / coelho para os pratos principais. O Vinho?? Ah, o vinho.... Que maravilha, uma obra prima de Paul Avril - O ChateauNeuf-du-Pape 2004 Clos des Papes, nosso primeiro vinho 96 pontos WS da vida!!







Fomos o primeiro casal a chegar a praticamente o último a sair... O Clos des Papes 2005 foi eleito ano passado o número um do mundo pela Wine Spectator !! E as safras anteriores - 2004/96 2003/97 e 2005/98 pontos... É mole? Foi uma noite fantástica e a companhia de João Roberto e sua esposa Regina fazem qualquer noite especial. João Roberto lançou dois livros ano passado e comparecemos aos dois lançamentos.


É o melhor Duas Estrelas (QuatroRodas) do Brasil em 2006 e está no ranking dos melhores há dez anos.

João Roberto foi eleito o chef do ano novamente em 2007 e a Viagem e Turismo de janeiro mostra o Editor Castanho visitando 1.600 restaurantes e elegendo os três melhores do Brasil, sendo um deles no RN, outro no ES e outro em Ribeirão Preto, este último, bem, não preciso falar...



Abraços a todos...







Vitor e Ana



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