02 de outubro de 1981 !
Poxa vida, no final das contas, esqueci que em 02.10.1981 obtive a licença como radioamador. Na época, residia em Sorocaba (SP) e tinha quinze anos de idade. São vinte e sete anos como adepto desse fascinante hobby, que me proporcionou uma coleção infindável de amigos ao redor do mundo.

O radioamadorismo é uma atividade maravilhosa, com um leque infindável de categorias. NA minha estação, pratico habitualmente SSB (voz, fonia), CW (telegrafia, código Morse) e RTTY (radioteletipo, antigo telex), tudo pelas ondas do rádio. É preciso ser licenciado pelo Ministério das Comunicações e pagar as taxas legais anualmente. Cada radioamador tem um indicativo próprio, como as grandes estações de rádio FM e AM têm os seus. No meu caso, comecei como PY2NYS em 1981, trocando para PY2NY em 1990. Não há dois indicativos iguais no mundo, e cada país tem para si a alocação de um determinado grupo de letras para esse tipo de identificação.
Por exemplo, em Portugal é usado CT. Na Inglaterra G, ou na Irlanda EI, e assim por diante. O radioamadorismo também é atividade presente nas grandes catástrofes e provavelmente, o único meio de comunicação que sobrevive em caso de tragédias. É infindável o número de radioamadores com alguma história interessante sobre auxílio... Em 2001, com o atentado às torres gêmeas americanas, mantive contato com New York para obter informações sobre parentes de um Juiz do Trabalho de Campinas.
Também é curioso notar o número de radioamadores famosos. O Rei Hussein da Jordânia, já falecido, era freqüente no "éter". Paul Newman, recentemente falecido, igualmente. Ou o ex-ministro Mailson da Nóbrega, etc. etc..
A Wikipedia traz uma definição variável na internet, sobre o que é radioamadorismo. Vale a pena a leitura integral do verbete, mas a introdução está aqui reproduzida:
O radioamadorismo é um hobby científico com diversas modalidades. O radioamador é a pessoa que procura manter funcionando uma estação de radiocomunicação, ora para comunicados e conversas informais bem como para concursos e competições nacionais e internacionais. Além dos "bate-papos" e contestes, o radioamador pode auxiliar as autoridades de Defesa Civil nas situações de risco e calamidades públicas, levando as comunicações aos mais longínquos rincões, por exemplo, no interior da Amazônia ou da Savana Africana. Alguns dessas modalidades se utilizam do Código Fonético Internacional e o Código Q em sua comunicação que são muito utilizados por radioamadores no mundo inteiro em troca de informações e mensagens tanto em  curta distâncias quanto em longas distâncias. Além dos operadores de estações amadoras de radiocomunicação, aqueles códigos são utilizados por serviços diversos, tanto civis quanto militares, profissionais e empresas de comunicações ou que utilizam a radiocomunicação como fator de contatos entre seus integrantes.
curta distâncias quanto em longas distâncias. Além dos operadores de estações amadoras de radiocomunicação, aqueles códigos são utilizados por serviços diversos, tanto civis quanto militares, profissionais e empresas de comunicações ou que utilizam a radiocomunicação como fator de contatos entre seus integrantes.
O link completo com mais informações está em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Radioamadorismo
O Radioamadorismo funcionou para mim como funciona a Confraria do Vinho. Somos todos amigos e quando é possível, nos reunimos para nos conhecer pessoalmente. Há duas grandes reuniões mundiais, uma em Dayton (OH – USA) e outra em Friedrichshafen, na Alemanha. Ana e eu já participamos, nos últimos doze anos, de ambas e é muito bacana.
Em Dayton:
http://www.hamvention.org/
Em Friedrichshafen:
http://www.hamradio-friedrichshafen.de/html/en/index.php
Minha principal ocupação nesse hobby é o chamado radioamadorismo de competição. São atividades que ocorrem aos finais de semana, patrocinados por ligas de outros países. Dentro de um espaço determinado de tempo (por exemplo, 48 horas), vence o radioamador que conseguir o maior número de contatos e países diferentes. As regras variam um pouco de competição (ou conteste, como dizemos) para competição, e no final, após checagem de dados, são montadas as listas de classificação – veja, por curiosidade, este resultado, onde apareço como Sétimo Colocado no Mundo em Telegrafia, no ano de 2006:
Low Power All Band
V26K ..................7,897,650
6V7D..................5,906,649
HI3A ...................5,033,406
HKØGU ..............3,786,300
EA9/OL8R..........3,126,214
EA8CN...............2,981,146
PY2NY ...............2,936,043
CO8LY ...............2,773,472
OL6P..................2,696,484
UN3M.................2,580,990
A publicação complete, conforme se deu na revista CQ Magazine (USA), está em:
http://cqww.com/2006cw_cqww_results.pdf
E assim se passaram vinte e sete anos. As fotos desta postagem são de quando recebi alguns amigos para compartilhar minha estação em Jaboticabal, pois a participação nos contestes também pode ser por grupos. Enfim, é um universo maravilhoso e diferente para se conhecer.