18 de maio de 2006

Brasil x Portugal

Hoje consegui chegar mais cedo em casa, e por conta disto, creio que tenhamos em breve uma tempestade de canivetes... Aproveitei para brincar com meu brinquedinho de velho, ou seja, o blog.

Já faz algum tempo que as garrafas aqui fotografadas foram consumidas e existem algumas curiosidades sobre elas. A começar pela maiorzinha, brasileira, da Cooperativa Vinícola Aurora e cepa Cabernet Franc, em desuso mundo afora. Já há alguns anos que, com certa freqüência, adquirimos vinhos diretamente da casa Aurora. Geralmente, quando preparo a encomenda, aviso os amigos e logo o pedido cresce a tal ponto de os fornecedores não cobrarem o frete. O vinho nacional vem crescendo em qualidade, ano após ano, e dessa Vinícola, não nos importamos nem um pouco em recomendar algumas jóias, como o Espumante Brut (método Charmat) que abraçou prêmios importantes nas competições mundiais respectivas. Este Cabernet Franc fotografado integra a coleção “Pequenas Partilhas” com outras três uvas: Carmenére, Tannat e Cabernet Sauvignon. As garrafas são numeradas e o custo é de R$ 38,00 por garrafa. Não é escandaloso, mas a relação custo/benefício é boa, especialmente se pensarmos que a partir do maior consumo, teremos por conseqüência a expectativa de maiores cuidados para com os parreirais pátrios.

Para ser consumido jovem, este vinho leva o nariz a um passeio diferente, quase inebriante, com excessiva fumaça compensada pelo paladar agradável e macio, e uma quase ausência de taninos que chega a pecar... Harmoniza bem com as carnes e os temperos médios, e os queijos de qualquer espécie, embora ultimamente minha esposa e eu estejamos consumindo mais gruyere, camembert e brie.

Passemos agora ao apreço da pequenina garrafa (500 ml) da Tinta Miúda (100%), portuguesa da gema, da Casa J.P. Vinhos, S.A., região Estremadura, ano 1998. Álcool: 12vol. Consumo ótimo: 2001 a 2004. Aroma de boa intensidade, fino, com frutas maduras e em licor. Na boca é bastante leve, com boa acidez e “memória”das frutas do nariz. É realmente um vinho curioso, como reconhece uma loja espanhola... Percebe-se desde logo que o vinho pode estar passado, mas tal não se sucedeu. O mais interessante, é que o vinho brasileiro NÃO é de supermercado, ao contrário do que ocorre com o JP Tinta Miúda. Na época em que adquirimos três garrafas desta última, o preço era extremamente sugestivo, em uma estante do Carrefour.

Isto tudo indica que não é preciso recorrer a fornecedores especializados para termos bons vinhos ao nosso alcance. Também, força a conclusão de que quase todos os vinhos ditos de “supermercado” não são adequados para a guarda, inclusive porque a forma de armazenamento não é exatamente a mais apropriada, até a venda ao consumidor final.

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