29 de maio de 2006

Chile (Wines)

25 de Maio de 2006, reservado aos vinhos chilenos. Reunimo-nos novamente para a degustação temática que é promovida periodicamente pela empresa especializada WorldWine em Ribeirão Preto. Do grupo mais habitual, ressentimo-nos pela ausência do casal Pedro e Sônia, bem como da Eliana, esposa do Victor. Os dois primeiros, por motivos de ordem pessoal, e esta última em virtude de pequena perturbação da saúde. Os vinhos servidos foram todos ótimos e o professor Bailão novamente orquestrou com maestria a exposição sobre o Chile e seus grandes produtos. Ficou claro, do ponto de vista dele, que será difícil o Brasil, algum dia, alcançar produção de qualidade próxima a chilena, especialmente no aspecto geográfico. Os paralelos do vinho não integram o Rio Grande do Sul... Isto é tristonho porque Ana e eu andamos satisfeitos com os vinhos da Cooperativa Vinícola Aurora, ao menos para o consumo mais diário. O fato é que os chilenos realmente andam a frente, e os preços oferecidos em supermercados são extremamente convidativos, mesmo se comparados aos nossos. Sou admirador da casa Concha y Toro (que visitamos alguns anos atrás) e seus cabernet sauvignon e chardonnay são sempre prontos para vir à mesa. De qualquer forma, tivemos uma grande experiência com estes chilenos exóticos, e o aniversariante Cláudio nos brindou com uma garrafa do famoso AlmaViva 2003, que foi especialmente apreciada. Mas há algo importante – sentimos claramente que os vinhos não se distanciaram muito uns dos outros, no quesito qualidade. O Bravura e o AlmaViva brigaram em pé de igualdade para alguns... O Éclat “morreu” rapidamente na taça, e aroma complicou-se em si próprio após trinta minutos. O Aliara quis se impor, mas foi ultrapassado pelo Bravura, e o Cabo de Hornos (que poderia ser mais atrativo) ficou ofuscado entre o Bravura e o AlmaViva. Senti que alguns dos convivas não se impressionaram com tudo o que o AlmaViva prometia, e fizeram muito bem, porque vinho é questão de gosto, é algo pessoal... Mas, ao meu nariz e palato, este top lembrou imediatamente o Pichon-Lalande 1997 que tive condições de experimentar um ano atrás, e é exatamente essa a intenção dos produtores. Enfim, terminado o evento, reforçamos nossos votos recíprocos para que o encontro jaboticabalense do vinho dê certo para a segunda quinzena de junho. Como são todos profissionais atarefados, e o excesso de ânimo pode parecer mais pedantismo do que o prazer da meditação vinícola, julgo por bem não ficar empunhando a bandeira de nossa confraria municipal sozinho, dissonante... Esta postagem vai sem fotografias porque fico na dependência da Elisângela (WorldWine) me mandar as que bati com sua máquina emprestada no ato.





Éclat 2002

Origem: Maule Valley; Safra: 2002; Produtor: Valdivieso Vineyard; Uva: Carignan e Syrah; Tipo: Tinto; Graduação Alcoólica: 14%; Cor: Rubi escuro.

Aroma: Bem evoluídos de fruta em compota, couro, alcatrão e um leve tostado; Sabor: Bom corpo, taninos equilibrados e boa acidez. O final é longo e bem equilibrado; Notas de degustação: 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Mais 06 meses de afinamento em garrafa; Acompanha: Carnes vermelhas e de caça.

Temperatura de serviço: 16°C/18°C.




Aliara 2001

Tinto, 80% Cabernet Sauvignon (Colchagua & Vale do Curico), 17% Merlot (Vale do Curico), 2% Carignan (Maule), 1% Cabernet Franc (Maule), em vinhedos de 10 a 80 anos, ligeiramente inclinados com solos profundos, arenosos e com abundância de pedras e cascalhos; Eliminação dos brotos durante a primavera, remoção de folhas durante a frutificação, manuseio da quantidade de uvas durante o pintor.

Colheita: Abril e Maio de 2001, com clima: sol abundante e boas temperaturas ao longo da estação. Fortes oscilações térmicas entre o dia e a noite. Clima quente e seco durante a colheita.

Uvas colhidas a mão, transportadas em pequenos tonéis plásticos de 400 kg, fermentadas em tanques de 7.500 a 10.000 litros. 4 a 5 dias de maceração fria a 14°C antes da fermentação, entre 15 e 20 dias de maceração a 25°C depois de fermentado. Fermentação com leveduras nativas e selecionadas. Fermentação malolática espontânea em barris. Envelhecimento: 14 meses em barris novos de carvalho francês. Não refinado e não filtrado. Engarrafado em Julho de 2002.

Notas do enólogo: cor vermelha profunda revelando reflexos roxos. Oferece uma forte fragrância de ameixa, cereja e groselha sugerindo aromas de tabaco, chocolate escuro e baunilha. Toques de couro e carne assada dão uma maior complexidade ao vinho. No paladar, taninos maduros acompanhados de chocolate amargo, tabaco fresco e folhas de cigarro proporcionam um final longo e balanceado.

91 pontos da Wine Spectator: “(…) ameixas, cassis (…) tostado – deve permanecer um pouco na adega, e ser consumido até 2008.” Foram produzidas 1480 caixas.






Bravura 2001

Origem: Maule Valley; Safra: 2001; Produtor: Vina Calina; Uva: 70% Cabernet Sauvignon, 30 % Merlot; Tinto com graduação Alcoólica: 14.3%; Cor: Vermelho intenso com reflexos rubi.

Aroma: Mescla completa de frutas vermelhas frescas, como cerejas, framboesas e amoras, cassis e sutis toques de madeira que completam um extraordinário bouquet. Sabor: Largo e elegante, de grande corpo com taninos complexos que inundam toda a boca com incrível suavidade e frescor.

Notas de degustação: 24 meses em barricas francesas, sendo 25% delas de primeiro uso. Vinhas com 21 anos de idade. Acompanha: Carnes vermelhas e massas condimentadas.

Temperatura de serviço: 16°C/18°C





Cabo de Hornos 2001

Origem: Valle de Lontué; Safra: 2001; Produtor: Viña San Pedro; Uva: 100% Cabernet Sauvignon; Tinto com graduação alcoólica: 14%; Cor: Vermelho intenso concentrado.

Aroma: Intenso, maduro, especiarias mescladas com madeira, café e frutas negras. Sabor: De grande corpo, excelente concentração com taninos expressivos. Amplo e elegante, com potencial de guarda de 05 à 08 anos.

Notas de degustação: Passa 18 meses em barricas francesas novas.Depois desse período de guarda, o vinho é clarificado com claras de ovos naturais e envasado sem filtrar, preservando toda sua concentração e naturalidade. A idade média das vinhas é de 50 anos. Acompanha: Pratos condimentados, carnes vermelhas e de caça.

Temperatura de serviço: 16°C/18°C





Almaviva 2003

Origem: Puente Alto – Santiago; Safra: 2003; Produtor: Baron Philippe de Rothschild e Concha Y Toro; Uva: Cabemet Sauvignon, Carmenére e Cabemet Franc. Tinto com graduação alcoólica: 14,5%; Cor: Vermelho intenso.

Aroma: A mistura de aromas terrosos, de flor de laranjeira, de cereja preta e de fumo proveniente da madeira formam um conjunto apetecível. Os componentes minerais e resinosos envolvem esta complexidade de aromas com nuances de chocolate fino e toques animais.

Sabor: Envolvente, de concentração complexa, com notas terrosas, minerais e madeira. A acidez é viva não deixando sobressair os taninos elegantes que lhe conferem uma estrutura equilibrada e perfumada.

Notas de degustação: 18 meses em barricas novas de carvalho francês, mais 06 meses de amadurecimento em garrafa. Vinhedos de 40 hectares. Acompanha: Carnes vermelhas, de caça e massas.

Temperatura de serviço: 16°C/18°C. Melhor se armazenado adequadamente, para consumo entre 2007 e 2015. Cotado pela Wine Spectator com 95 pontos, de 100 possíveis: “muito denso (...) impressionante balanço entre os taninos, a acidez e o carvalho”.

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