22 de abril de 2006

Uma taça por noite...

Dizem as más línguas que o vinho pode salvar vidas... Na realidade, a constatação é de ordem clínica e diz respeito aos bons efeitos do vinho, consumido em quantidades parcimoniosas. Dediquei-me a registrar neste blog os vinhos que minha consorte e eu consumimos, dividindo parte do conhecimento adquirido com quem se interessa pelo tema. Ana e eu não somos especialistas, apenas interessados, e vemos nessa bebida o acompanhamento ideal para qualquer refeição. Curiosamente, com o passar dos anos, a cerveja foi colocada de lado, salvo raríssimas exceções (viva Guinness!), dando espaço para o consumo do vinho. Esta garrafa da Hartford, empresa californiana com grandes vinhedos na região de Sonoma, é dos primeiros Pinot da casa, raro, difícil de encontrar. Por uma surpresa do destino, conseguimos duas garrafas na WorldWine em Ribeirão Preto, e logo abrimos uma para a prova. O período ideal para consumo teria sido entre 2003 e 2005, mas ainda assim o vinho se mostrou forma, com declínio perceptível. O bouquet desapareceu e o vinho encontrava-se apenas "tragável". Esta mensagem está sendo reeditada porque quinze dias após a abertura da primeira garrafa, tivemos oportunidade de experimentar a segunda e última, com resultados totalmente opostos. Percebeu-se, dentre outras coisas, que a rolha da primeira garrafa (sempre em comparação com a segunda) encontrava-se avariada e o vinho mostrava sua passagem por toda extensão. Na segunda garrafa, o vinho limitou-se a dois ou três milímetros da rolha, pelo lado de dentro. A história dessa segunda garrafa, reitero, foi outra, com todos os sentidos da uva e da produção desse grande e raro vinho. Sem desconsiderar o efeito do tempo, que diminuiu a grandeza deste Pinot Noir, fizeram-se finalmente presentes groselha e ameixa ao nariz e pálato, complementado com o sabor de “terra”. Embora de teor alcóolico inferior ao Zinfandel da mesma casa que apresentamos em outra postagem deste blog, o alcóol fazia-se sentir e os taninos, esmaecidos pelo tempo, ao final se manifestavam na boca.




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